Mulher que lutou pela valorização do carimbó morre aos 65 anos vítima de infecção generalizada

A dedicação incansável de Maria Neire Rocha ao carimbó é um exemplo de como o esforço e a paixão por uma tradição cultural podem levar ao reconhecimento e preservação dessa manifestação. Por anos, Neire foi uma das principais defensoras e articuladoras para que o carimbó fosse reconhecido como patrimônio imaterial do Brasil, o que finalmente aconteceu em 2014.

Sua jornada em prol do carimbó começou em 2005, quando ela se uniu a vários grupos que trabalhavam o ritmo para iniciar a campanha “Carimbó Patrimônio Cultural Brasileiro”. Desde então, Neire dedicou sua vida ao ritmo, saindo às ruas, viajando pelo Pará, e organizando eventos. Ela foi uma das fundadoras do Grupo Sancari, que rodou o país apresentando o carimbó, e também idealizou o Festival Pau & Corda do Carimbó, um dos maiores eventos do gênero.

A casa de Neire se transformou em um verdadeiro centro cultural, repleto de instrumentos e figurinos de dança. Seu marido, o mestre Lucas Pacheco Bragança, descreveu sua personalidade forte e determinada, sempre pronta para defender a causa do carimbó e da cultura local.

Além de sua atuação no campo do carimbó, Neire também criou projetos para atrair crianças e preservar a cultura local, como o Crias do Pantanal e o Giras do Sol. Ela também coordenou um projeto de sustentabilidade ambiental.

A mestra faleceu no dia 15 de novembro do ano passado, aos 65 anos, devido a complicações de saúde. Ela deixa como legado seus filhos, netos e toda a comunidade que se beneficia do seu trabalho em prol do carimbó e da cultura paraense.

O reconhecimento do carimbó como patrimônio imaterial do Brasil é um tributo à luta de Maria Neire Rocha e de todos aqueles que dedicam suas vidas à preservação e promoção das tradições culturais do país. Sua memória e legado continuarão a inspirar gerações futuras a valorizar e proteger a riqueza da cultura brasileira.

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