O estudo utilizou como medida de poluição do ar as PM 2.5, que são materiais particulados finos feitos de diversas partículas sólidas e gotículas líquidas com um tamanho máximo de 2,5 mícrons, muito menores do que um fio de cabelo. Segundo Sophie Gumy, do Departamento de Mudanças Climáticas, Meio Ambiente e Saúde da OMS, quanto menores são essas partículas, maior é a capacidade de entrar no corpo, podendo causar problemas respiratórios, doenças cardíacas e até câncer de pulmão.
A poluição do ar, particularmente nas cidades, é causada principalmente pelas emissões veiculares, juntamente com o uso de combustíveis sólidos, como carvão, madeira ou querosene, para energia, aquecimento e cozimento, além das emissões industriais e queima de resíduos. No entanto, a análise da DW mostrou que, das 25 megacidades com dados disponíveis, 21 apresentaram melhorias nos níveis de poluição do ar entre 2017 e 2022.
Para lidar com a poluição do ar, cidades ao redor do mundo têm implementado diversas estratégias, com foco especial no setor de transporte. Muitas delas têm priorizado veículos mais limpos e em menor número, promovido o uso de bicicletas e expandiram o transporte público. Já Bangkok, na Tailândia, está expandindo seus serviços de teleféricos e metrô, enquanto Déli, na Índia, tem como meta eletrificar 80% de sua frota de ônibus.
No setor industrial, cidades como Déli têm concentrado esforços na redução da poeira em obras da construção civil e na transição para combustíveis mais limpos e tecnologias mais eficientes. Além disso, a gestão adequada de resíduos também é crucial para combater a poluição do ar, pois a queima de lixo ao ar livre contribui para a má qualidade do ar.
Outra medida importante para combater a poluição do ar é a transição para fontes de energia mais limpas. Cidades na China, por exemplo, têm investido em energias renováveis e eliminado o uso de carvão, enquanto Seul, na Coreia do Sul, já fez a transição para aquecedores a gás na década de 90 e agora está considerando alternativas ambientalmente mais saudáveis.
Além disso, o aprimoramento da coleta de dados sobre a qualidade do ar, o investimento financeiro, a cooperação entre cidades, regiões e países e a conscientização da população também são aspectos fundamentais para a redução da poluição do ar.
Apesar dos desafios, as melhorias na qualidade do ar já representam um impacto positivo na saúde da população e na redução das emissões que contribuem para as mudanças climáticas. Ainda há muito a ser feito, mas as evidências apontam para um futuro mais promissor em relação à qualidade do ar nas megacidades ao redor do mundo.
