Líder do tráfico do Morro do 18 é acusado de cobrar R$ 500 mil de consórcio para liberar obras do Parque Piedade.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro revelou nesta quinta-feira (11) o nome do homem que teria exigido o pagamento de uma taxa de R$ 500 mil do consórcio responsável pelo Parque Piedade, na zona norte da capital. Segundo a polícia, o dinheiro foi demandado pelos traficantes do Comando Vermelho. O responsável pela cobrança é Jean Carlos Nascimento dos Santos, conhecido como Jean do 18, líder do tráfico do Morro do 18 e foragido desde março de 2023, quando escapou do Complexo Penitenciário de Gericinó, na zona oeste.

A reportagem fez uma tentativa de contato com representantes de Santos, mas, até o momento, não há advogado cadastrado em sua defesa nos processos públicos disponíveis no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. A Polícia Militar estava realizando uma operação no Morro do 18 na quinta-feira, no entanto não havia informações sobre prisões ou apreensões até as 12h30.

De acordo com o promotor Fábio Corrêa, chefe do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), Jean é condenado ou réu em mais de 20 processos. O promotor ressaltou a importância das vítimas reportarem os fatos para a devida apuração. A exigência do pagamento da taxa teria sido feita por três homens que foram até o canteiro de obras na tarde de segunda-feira (8). Os representantes do consórcio denunciaram o caso à prefeitura e o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), divulgou o crime nas redes sociais.

O consórcio responsável pelo Parque Piedade não respondeu aos contatos feitos pela reportagem por e-mail e telefone. Além disso, Santos já era conhecido das autoridades, tendo fugido da penitenciária utilizando uma corda improvisada feita com lençóis e pulado em um lixão. Ele cumpria pena total de 66 anos, 9 meses e 28 dias de prisão por condenações relacionadas a homicídio, roubo e tráfico de drogas. Em 2016, Santos foi denunciado à Justiça pelo homicídio do próprio advogado, Roberto Viegas Rodrigues, alegando que o defensor não havia conseguido livrá-lo de condenações por outros delitos.

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