O estudo utilizou os critérios da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) para avaliar o grau de ameaça das espécies. O levantamento foi realizado em mais de 3 milhões de registros de herbários e inventários florestais, adicionando o maior número possível de informações, como usos comerciais das espécies e séries temporais de perdas de habitat, entre outros. Além disso, os pesquisadores identificaram que apenas 7% das espécies endêmicas tiveram declínio populacional abaixo de 30% nas últimas três gerações.
O estudo também revela que apenas 7% das espécies endêmicas tiveram declínio populacional abaixo de 30% nas últimas três gerações. Entre as espécies ameaçadas, 75% estão na categoria “Em Perigo”. O emblemático pau-brasil foi listado como “Criticamente em Perigo”, devido à redução estimada de 84% das suas populações selvagens.
A IUCN conta com uma série de critérios para definir o grau de ameaça de uma espécie, e os pesquisadores observaram que quanto mais dados eram inseridos, o grau de ameaça aumentava. O método inovador desenvolvido pelos pesquisadores será utilizado a partir de 2024 para avaliar o grau de ameaça das cerca de 12 mil espécies vegetais presentes exclusivamente no Brasil e que ainda não passaram por esse tipo de avaliação.
Os pesquisadores propõem que o método possa ser utilizado em escala global. Em uma simulação usando dados de outras florestas tropicais, os pesquisadores atestaram que 30% a 35% das espécies de árvores do planeta podem estar ameaçadas apenas pelo desmatamento.
Apesar do cenário preocupante, o estudo também trouxe boas notícias, como a redescoberta de cinco espécies consideradas extintas na natureza. No entanto, 13 espécies de árvores exclusivas da mata atlântica foram reclassificadas como possivelmente extintas. A pesquisa é fundamental para embasar políticas públicas de conservação e reflorestamento, priorizando áreas degradadas e espécies mais ameaçadas.