Programa Mover: Novo incentivo à indústria automobilística brasileira é finalmente publicado e causa polêmica entre economistas

No último dia de 2023, foi publicado o aguardado programa de incentivos que substituiu o Rota 2030, encerrado também no final do ano passado. O programa, denominado Mover (Mobilidade Verde e Inovação), ficou dentro do esperado e traz consigo a previsibilidade necessária para dar suporte e incentivar os investimentos na indústria automobilística. Diante das grandes mudanças que vão desde as novas tecnologias de propulsão até as emissões de baixo carbono obtidas por biocombustíveis como o etanol, o programa se mostra como um essencial apoio ao setor.

Entretanto, as críticas de alguns economistas não tardaram a surgir. Alguns argumentam que o programa custará R$19 bilhões aos contribuintes e apontam para a falta de clareza e justificativa em relação a esse montante. No entanto, é importante ressaltar que ao longo de quase 70 anos, a taxação sobre a venda de veículos leves no Brasil é a mais alta do mundo, o que contribui para financiar os cofres governamentais e a falta de compreensão de que, apesar do alto custo, essa taxação tem uma finalidade importante e vem se mantendo por anos.

O Mover também foi lançado por outros países, como os Estados Unidos, que destinaram um montante de US$ 50 bilhões (R$ 250 bilhões). Parte dos R$ 19 bilhões que o programa brasileiro demandará será recuperada pelo imposto de importação (I.I.) sobre elétricos e híbridos, o que contribuirá gradualmente até 2026. Outro destaque do programa é a introdução do cálculo de emissões de CO2, que passará a considerar desde a fabricação até a reciclagem, ampliando a abrangência do conceito.

O índice de nacionalização dos veículos que volta a ser considerado também merece destaque no programa, inclusive ao autorizar importação de linhas de montagem usadas. Essas medidas visam incentivar a produção local e a consolidação do setor automobilístico no país.

Já em relação às projeções para o mercado automotivo em 2024, há uma discrepância nos números previstos pela Anfavea e a Fenabrave. Enquanto a Associação das concessionárias estima um total de 2,59 milhões de unidades entre veículos leves e pesados a serem comercializadas este ano ou 12% a mais sobre 2023, a Fenabrave prevê um crescimento de 6,1% para 2,450 milhões de unidades.

Além disso, é relevante ressaltar o avanço das picapes no mercado brasileiro, com a Strada se mantendo como o modelo mais vendido entre todos os segmentos de veículos leves pelo terceiro ano consecutivo. Caracterizada pelo motor tricilindro turbo de 1L, 125 cv e câmbio automático de sete marchas, a picape se destaca pela agilidade, capacidade de carga e desempenho.

Portanto, diante das medidas implementadas pelo programa Mover e das projeções para o mercado automotivo em 2024, é evidente que o setor automobilístico estará sujeito a importantes transformações, trazendo perspectivas tanto para o desenvolvimento econômico quanto para a preservação do meio ambiente.

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