Polícia Civil de São Paulo começa 2024 com déficit de 17.131 profissionais, aponta sindicato dos delegados.

A Polícia Civil de São Paulo começa o ano de 2024 com um déficit de 17.131 profissionais, de acordo com um levantamento do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp). Dos 41.912 cargos previstos, apenas 24.718 estão ocupados, representando um “buraco” de 40% na força de trabalho.

Durante o governo de Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), a instituição sofreu 964 baixas entre exonerações, aposentadorias e óbitos, sem nenhuma contratação. Isso mostra que o problema do déficit não é recente, mas vem se agravando ao longo dos anos.

O Sindpesp pede com urgência a recomposição da força de segurança judiciária para que a Polícia Civil possa atuar de forma eficiente e garantir a segurança da população. A presidente do sindicato, Jacqueline Valadares, defende a nomeação imediata de todos os aprovados no último concurso para delegado de Polícia de 2022, incluindo os excedentes. Segundo ela, a falta de profissionais prejudica não apenas a investigação de crimes, mas também sobrecarrega os policiais que estão em atividade, impactando sua saúde mental.

Além do déficit de delegados, a Polícia Civil de São Paulo também enfrenta a falta de escrivães e investigadores. Segundo o Defasômetro, instrumento de monitoramento de recursos humanos na instituição, a defasagem afeta diretamente o rendimento e a capacidade de investigação da polícia.

Outro fator que agrava o déficit na Polícia Civil é a baixa remuneração. De acordo com Jacqueline Valadares, salários mais altos seriam capazes de atrair novos profissionais e incentivar os já concursados a permanecer na carreira. A presidente do Sindpesp também destaca que, apesar de um acréscimo médio de 18% no holerite da Polícia Civil autorizado pelo Estado, os delegados de São Paulo continuam com um dos piores salários do país.

Com um salário inicial bruto de R$ 15.037, os delegados de São Paulo estão entre os piores pagos do país, ocupando a 22ª posição entre 26 estados e o Distrito Federal no ranking salarial. Para Jacqueline, isso não faz sentido, especialmente considerando que São Paulo é o estado mais rico do país e líder em arrecadação.

Para resolver o problema do déficit na Polícia Civil, é necessário que o governo do estado priorize a nomeação dos aprovados nos concursos e promova melhorias salariais para atrair e reter os profissionais necessários para garantir a segurança da população.

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