As denúncias incluem relatos de animais ofegantes e sem ar puxando charretes em morros íngremes, jumentos com patas fraturadas puxando carroças e falta de assistência médica e cuidado aos animais. Turistas e moradores locais expressaram indignação e preocupação com a situação precária dos animais utilizados para transporte turístico.
Essas denúncias motivaram uma recomendação do Ministério Público do Ceará, que alega que a proibição do transporte de tração animal para passeios turísticos cumpre a política estadual de proteção animal e garantia do bem-estar.
A veterinária Talita Zehuri, que atua na região de Jericoacoara, afirma que os animais utilizados para esse tipo de transporte sofrem com a falta de água, descanso e alimentação adequada, além de adquirirem feridas e machucados durante os trajetos.
Contudo, trabalhadores que atuam com os animais na vila afirmam que não há maus-tratos, respeitando as normas locais e proporcionando rotas com intervalos para descanso dos animais. A proibição do transporte de tração animal, no entanto, deixará ao menos 45 trabalhadores sem fonte de renda na vila de Jericoacoara.
A medida semelhante foi adotada em 3 de janeiro em Morro de São Paulo e Boipeba, destinos turísticos da Bahia, após a viralização de um vídeo que mostrava um cavalo passando mal na praia depois de puxar uma charrete cheia de turistas.
A decisão das prefeituras de Jericoacoara, Morro de São Paulo e Boipeba gerou divisão de opiniões entre os moradores e trabalhadores locais. Enquanto alguns apoiam a medida como forma de proteção animal, outros expressam preocupação com a perda de fonte de renda e a necessidade de encontrar alternativas econômicas.
Diante dessa situação, é importante que as prefeituras e associações locais estudem medidas para amparar os donos das carroças e dos cavalos utilizados para transporte turístico. Além disso, é fundamental promover alternativas econômicas sustentáveis para os trabalhadores afetados pela proibição. A proteção animal é uma questão importante, mas é preciso encontrar um equilíbrio que preserve o bem-estar dos animais e também a subsistência dos trabalhadores locais.