Chuvas provocam apagão em São Paulo e colocam em risco a vida de criança com síndrome de Edwards.

Na tarde desta terça-feira, em São Paulo, a moradora Cíntia Matielo de Carvalho, de 52 anos, enfrentou um grande susto ao ficar sem energia elétrica por mais de 24 horas. O motivo desse apagão repentino foi o forte temporal que atingiu a região na última segunda-feira, deixando a família desamparada e prejudicando diretamente a vida de sua filha de 11 anos, que sofre de síndrome de Edwards e depende de aparelhos hospitalares para sobreviver. A situação de extrema fragilidade foi relatada pela própria Cíntia, que demonstrou grande preocupação com a vulnerabilidade da filha diante da falta de eletricidade.

Segundo Cíntia, no início do apagão o nobreak garantiu que o respirador da menina continuasse funcionando, mas o equipamento já estava quase sem bateria. Além do respirador, a menina também depende de outros aparelhos, como oxímetro, bomba de difusão, base aquecida da traqueostomia e ar-condicionado, devido à sua condição de saúde. Diante dessa situação, Cíntia precisou solicitar um nobreak adicional para o home care, já que o respirador de sua filha estava prestes a parar.

A situação se agravou tanto que a família chegou a passar sufoco, afetando o sono de todos. Porém, a solidariedade dos vizinhos acabou salvando a situação, pois souberam da emergência da criança por meio de um grupo do WhatsApp do bairro e cederam um motorhome para abastecer os aparelhos. Mesmo com a ajuda dos vizinhos, a mãe relatou que a filha passou muito mal naquela noite.

Além disso, Cíntia afirmou que sua filha está cadastrada como “sobrevida” para ter prioridade de saúde na solução da luz, mas que tal cadastro não surtiu o efeito esperado, pois a Enel, concessionária responsável pelo fornecimento de energia na região, não atendeu prontamente ao chamado da família.

Procurada pela reportagem, a Enel não se manifestou até o momento da publicação desta notícia. A Defesa Civil afirmou que foram registradas rajadas de ventos de até 75km/h na região onde vive Cíntia e sua família. Além disso, foram registrados quase 200 chamados de queda de árvore na capital paulista e 11 chamados para enchentes ou alagamentos.

Diante da gravidade da situação, a Enel informou que está reforçando seu plano de ação, com aumento das equipes em campo, e que cerca de 800 equipes seguem trabalhando para restabelecer o fornecimento de energia a todos os clientes impactados. A concessionária também ressaltou que as quedas de árvores destruíram trechos inteiros da rede e que o trabalho de reconstrução em cada uma dessas ocorrências é complexo e demorado, pois envolve a substituição de cabos e postes, entre outros equipamentos.

Diante deste cenário, fica evidente a importância de um trabalho conjunto entre a concessionária de energia, os órgãos competentes e a comunidade para garantir a segurança e o bem-estar das famílias afetadas por situações como essa. A solidariedade dos vizinhos, mesmo diante das dificuldades pelas quais todos estão passando, também serve como um exemplo de empatia e união em momentos de crise.

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