Vacina contra a Dengue terá apenas doses em fevereiro para todo o país; estratégia de priorização ainda não definida.

A vacina contra a dengue, desenvolvida pelo laboratório Takeda, será parte do calendário nacional de vacinação a partir de fevereiro. A Qdenga, como é conhecida, já está sendo aplicada no país, porém, devido à capacidade limitada de produção do laboratório, somente no próximo mês é que o imunizante estará disponível para toda a população. E mesmo quando as doses estiverem disponíveis, as faixas etárias a receber a vacina ainda não foram definidas.

Até o momento, a previsão é que sejam entregues 460 mil doses para todo o Brasil, o que levou o Ministério da Saúde a discutir estratégias de priorização de áreas mais afetadas pela doença no país. No entanto, tais definições ainda não foram tomadas, deixando tanto os estados quanto os municípios aguardando por informações concretas. Enquanto isso, o número de casos de dengue continua aumentando em diversas regiões.

Santo André registrou 156 casos confirmados em 2022, um aumento de quase 80% em relação ao ano anterior. Em Mauá, embora o número de notificações tenha sido maior em 2021, os casos confirmados permaneceram próximos, com 89 e 82, respectivamente. As demais cidades não divulgaram suas estatísticas, mas todas aguardam orientações dos governos estadual e federal sobre a vacinação.

Em relação à disponibilidade da vacina, o preço por dose foi reduzido de R$ 170 para R$ 95. No entanto, para obtê-la em farmácias, o custo é superior a R$ 300. Ainda assim, a imunização é considerada segura e eficaz, com uma eficácia em torno de 80% e proteção contra os quatro tipos de dengue.

A infectologista Elaine Matsuda ressalta que a vacina não deve ser administrada em pessoas imunodeprimidas, uma vez que é composta por vírus atenuado que pode causar infecção controlada. Além disso, ela enfatiza a importância de priorizar as populações de maior risco de óbito, como crianças e idosos com comorbidades.

Diante da capacidade limitada de produção da vacina Qdenga, já estão em andamento estudos para o desenvolvimento de um imunizante contra a dengue por outros laboratórios, como o Butantã, que estima uma eficácia de mais de 70% com dose única. Por enquanto, até a produção de novas vacinas, o foco deve estar na proteção das populações mais vulneráveis e na espera pela chegada das doses em fevereiro.

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