Presidente do STF afirma que jamais serão esquecidos atos golpistas ocorridos há um ano e prega pacificação na sociedade brasileira.

No dia 8 de janeiro, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, reuniu a imprensa para relembrar os atos golpistas que ocorreram na sede da Corte no ano passado. Na ocasião, o prédio foi invadido e depredado, em um ato que Barroso classificou como um episódio que remete a um Brasil que não queremos. Durante sua fala, o ministro também fez duras críticas aos “falsos patriotas” e “falsos religiosos”, que, segundo ele, participaram dos ataques em “alucinação coletiva”.

Barroso lembrou que muitos dos envolvidos estão sendo processados por crimes como golpe de Estado, abolição violenta do Estado democrático de direito e a depredação do patrimônio público, entre outros delitos. As declarações do ministro foram feitas durante uma sessão solene no plenário do Supremo para marcar um ano dos ataques e celebrar a reconstrução do local.

Além disso, o ministro pregou a pacificação da sociedade brasileira. Segundo ele, “quem pensa diferente de mim não é meu inimigo, mas meu parceiro na construção de uma sociedade aberta, plural e democrática. A verdade não tem dono. Existem patriotas autênticos com diferentes visões de país. Ninguém tem o monopólio do amor ao Brasil”.

A cerimônia contou com a presença de diversos ministros da Corte, além do procurador-geral da República, Paulo Gonet, o advogado-geral da União, Jorge Messias, e o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Beto Simonetti. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flavio Dino, também compareceu.

Durante a sessão solene, foi destacada a importância da imprensa no enfrentamento das narrativas falsas e na reconstrução do espaço público de fatos comuns compartilhados entre as pessoas.

Antes do encerramento do evento, os presentes participaram da abertura da exposição “Após 8 de janeiro: Reconstrução, memória e democracia”, que inclui imagens da depredação do Supremo e do trabalho de recuperação do prédio, de móveis e objetos. A mostra estará aberta ao público a partir do dia 9 de janeiro.

Para finalizar, Barroso exaltou o trabalho da imprensa para “reocupar um espaço público de fatos comuns compartilhados entre as pessoas e de enfrentar esse tempo estranho que vivemos das narrativas falsas, em que as pessoas acham que podem construir narrativas que não correspondem aos fatos, mas às suas convicções”. Foi destacado também que os danos causados ao acervo e ao prédio do Supremo custaram aproximadamente R$ 12 milhões aos cofres públicos, e que foram perdidos 106 itens históricos considerados de valor inestimável.

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