Concluídas operações militares israelenses no norte da Faixa de Gaza, foco é intensificar ações nas regiões central e sul

As Forças de Defesa de Israel (FDI) afirmaram neste domingo, 7, que concluíram as operações no norte da Faixa de Gaza ao desmantelar a infraestrutura militar do grupo terrorista Hamas. Segundo o porta-voz das FDI, Daniel Hagari, o foco da operação militar será “construir sobre o que foi alcançado” na região e se concentrar nas áreas central e sul do enclave. Além disso, uma guerra contra o Hezbollah, na fronteira com o Líbano, também está no radar israelense. A declaração do fim das operações aconteceu às vésperas da visita do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, a Israel, o que levantou questionamentos e incertezas em relação aos próximos passos.

Blinken e outras autoridades do governo Joe Biden pressionam Israel a reduzir a campanha aérea e terrestre na Faixa de Gaza e optar por ataques mais direcionados aos líderes do Hamas, com o objetivo de reduzir danos aos civis palestinos. O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, ressaltou que o fim das operações no norte não significa o término da guerra. Segundo ele, o Hamas ainda não foi destruído e nem todos os reféns, foram resgatados. A atenção de Israel agora está concentrada no sul de Gaza, onde a maioria dos 2,3 milhões de palestinos vivem.

Porém, as ações militares no sul de Gaza e na fronteira com o Líbano já deixaram diversas vítimas. Dois jornalistas foram mortos em um ataque aéreo na cidade de Rafah, sendo uma delas o filho mais velho de Wael Dahdouh, principal correspondente da emissora Al Jazeera em Gaza. Além disso, em Khan Younis, pelo menos sete pessoas que estavam abrigadas em uma casa morreram após o local ser bombardeado. Autoridades do hospital Nasser, na cidade, receberam os corpos de 18 pessoas, incluindo 12 crianças, mortos em outro ataque. Essas ações têm gerado críticas e questionamentos à comunidade internacional sobre a situação humanitária na região.

Enquanto os ataques continuam no sul de Gaza, as preocupações na fronteira de Israel e do Líbano persistem devido aos combates entre os militares israelenses e os militantes do Hezbollah. As autoridades de Israel já deixaram claro que podem lançar uma grande operação militar no Líbano caso a situação se agrave. Por outro lado, o Hezbollah prometeu uma resposta à ação de Israel que matou um líder do Hamas em Beirute, capital libanesa, mas deu a entender que estaria aberto a negociações. No entanto, os Estados Unidos temem que uma escalada no Líbano possa atrair o Irã e forçar uma resposta militar em nome de Israel, o que poderia resultar em um conflito de proporções ainda maiores do que o ocorrido em 2006. Nesse sentido, a comunidade internacional se mantém atenta e busca formas de intervir para evitar uma escalada ainda maior no conflito entre Israel, Hamas e Hezbollah.

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