No entanto, na cidade do Rio de Janeiro, a Folia de Reis está enfrentando desafios para se manter viva. A festa tem tentado resistir ao desinteresse dos mais jovens e à debandada de membros para igrejas evangélicas. Além disso, a violência da cidade também tem sido um obstáculo. Ronaldo Silva, mestre do Penitentes, relatou um episódio em que seu grupo foi impedido de se apresentar na Rocinha, controlada por uma facção criminosa.
Apesar desses desafios, alguns grupos estão se esforçando para manter viva a tradição. Robson Tipaya, mestre da Folia de Reis A Brilhante Estrela do Oriente, no morro da Formiga, na Tijuca, zona norte do Rio, afirmou que têm feito alterações na Folia para atrair os mais jovens, como mudanças na indumentária, na dança e nos cantos de reza.
Além disso, a Lei Paulo Gustavo, destinada ao fomento do setor cultural, tem ajudado a custear as apresentações da Folia de Reis. Desde 2022, o governo do estado do Rio realiza um edital anual que divide R$ 1,95 milhão para 130 mestres de todo o estado. Cada um recebe R$ 15 mil para custear as atividades.
No entanto, o mestre da Folia de Reis Sagrada Família, Hevalcy Ferreira da Silva, ressaltou que muitos são derrotados na tentativa de manter viva essa tradição. Ele destacou que cada mestre “doa sangue, suor e lágrimas” para que a festa não acabe, e que contar com um edital para receber apoio financeiro não é algo garantido.
Apesar dos obstáculos, a Folia de Reis continua a resistir e se adaptar para atrair as novas gerações. A tradição da folia, com seus cantos, danças e instrumentos, segue viva em algumas comunidades do Rio de Janeiro, graças aos esforços dos mestres e integrantes desses grupos. A celebração da Folia de Reis continua a emocionar e encantar aqueles que têm a oportunidade de vivenciá-la.
