Comparando os números absolutos, foram 5.151 km2 e 7.828 km2 de área desmatada na Amazônia e no Cerrado, respectivamente. Esses números representam o maior patamar de desmatamento já registrado pelo Deter no Cerrado e o menor na Amazônia. Os Estados do Pará, Mato Grosso, Maranhão, Tocantins e Bahia foram identificados como áreas com as maiores áreas devastadas, com o município de São Desidério (BA) registrando a maior degradação do Cerrado no ano, e Altamira (PA) com a maior degradação da Amazônia no mesmo período.
A devastação resultante da perda de vegetação nos dois biomas somou 12.979 km2 em 2023, um valor 18% menor do que o registrado em 2022. Enquanto isso pode ser considerado uma melhoria, ainda há desafios significativos pela frente. A falta de estrutura de combate ao fogo na Amazônia foi admitida pelo próprio Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no ano passado, e os servidores do Ibama anunciaram uma paralisação de suas atividades de fiscalização em resposta à falta de suporte efetivo por parte do governo.
Além disso, eventos climáticos extremos, como os provocados pela intensificação do El Niño, têm contribuído para agravar o problema. Essa situação demanda uma ação mais efetiva e coordenada do governo federal. A reportagem tentou contato com o Ministério do Meio Ambiente e das Mudanças Climáticas para comentar a situação na Amazônia e no Cerrado, mas ainda não recebeu retorno. O governo tem divulgado a pauta ambiental como uma de suas bandeiras, mas especialistas acreditam que os esforços ainda estão aquém do necessário, especialmente diante do aumento do desmatamento no Cerrado.