Piloto do helicóptero desaparecido já tinha sido multado em 2021 após fugir de fiscalização no Campo de Marte

O piloto Cassiano Tete Teodoro, que comandava o helicóptero que desapareceu com quatro pessoas no domingo (31), pagou R$ 2.100 de multa após ter fugido de uma fiscalização quando iniciava voo no aeroporto Campo de Marte, na zona norte de São Paulo, em 2021. Essa foi a primeira informação divulgada sobre o histórico do piloto envolvido no desaparecimento do helicóptero.

De acordo com relatório da agência reguladora, o piloto e duas empresas em que ele aparece como sócio —Companhia Brasileira de Aviação e VoeSP— acumulam 17 autos de infração que apontam irregularidades como transporte aéreo clandestino e fraudes em planos de voo. Esses dados lançam luz sobre a conduta do piloto e a sua relação com as empresas que ele integra, indicando um histórico de infrações e irregularidades.

A advogada de Cassiano, Érica Zandoná, afirma que os fiscais da Anac não estavam identificados na ocasião em que o piloto recebeu a multa. Ela destaca que o piloto recebeu autorização para decolar e que, no momento em que estava realizando o procedimento de táxi, surgiram pessoas sem qualquer identificação visível, o que dificultou o reconhecimento por parte do piloto.

Em relação à alegação de que o piloto Cassiano realizava voos sem autorização, a defesa resguarda o direito de não comentar até averiguar todos os fatos junto ao seu cliente. Com essas informações, a defesa do piloto demonstra prudência ao evitar comentar sobre o caso antes de uma averiguação completa dos fatos.

As buscas pelo helicóptero entraram no quarto dia na quinta-feira (4) e ainda não está claro se a viagem—trajeto entre a cidade de São Paulo e o município de Ilhabela, no litoral norte do estado—foi remunerada, o que configuraria infração de acordo com a Anac. Isso porque a licença para pilotar que Cassiano recuperou em outubro do ano passado é de Piloto Privado de Helicóptero (PPH), que não concede permissão para operar voos comerciais de passageiros.

Em 2022, foram registrados 113 acidentes aéreos no país, dos quais 39,8% envolveram aeronaves particulares e 10,6%, táxis aéreos, segundo relatório divulgado pela Anac em maio do ano passado. A segurança e a fiscalização dos voos aéreos são pontos fundamentais para evitar acidentes e garantir a integridade dos passageiros.

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