O trabalho teve início em Curitiba, com o mapeamento das áreas vulneráveis e o cruzamento dos celulares cadastrados com essas regiões de risco. Os pesquisadores constataram que o número de celulares cadastrados nessas áreas era muito reduzido, o que os levou a aprofundar o estudo. Em seguida, o estudo foi expandido para as capitais de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Amazonas e Pernambuco, revelando que a falta de regularização dessas áreas impede a existência de CEP e, consequentemente, o cadastramento no sistema da Defesa Civil.
Um dos fatores limitantes apontados pelos pesquisadores é que o cadastramento do CEP é voluntário e administrado pela Defesa Civil dos municípios, que enfrentam limitações em recursos humanos, financeiros e materiais. Além disso, o sistema baseado no CEP pressupõe que as ruas tenham um código, o que não ocorre em áreas irregulares do ponto de vista legal, comuns em regiões de risco. As limitações na divulgação do cadastramento do CEP e a dificuldade de leitura de mensagens de texto foram também apontadas como obstáculos.
Os resultados do levantamento revelaram uma variação na conscientização e registro dos CEPs por região. Dentre as capitais estudadas, Belo Horizonte foi a que apresentou maior porcentagem de celulares cadastrados em áreas de risco, enquanto Manaus foi a que registrou o menor número de celulares cadastrados.
O pesquisador Murilo também destacou a intenção de ampliar o mapeamento para outras cidades de maior porte e cidades menores, além de verificar e mapear pessoas que cadastraram o whatsapp para receber alertas. Ele ressaltou que o Brasil é o único país que oferece alertas por whatsapp e que essa alternativa pode suprir a questão do CEP, embora apresente limitações que precisam ser aprimoradas.
Com base nos resultados desse estudo, os pesquisadores pretendem realizar entrevistas em comunidades para entender as formas mais adequadas de divulgar informações de alerta e garantir que estas cheguem às pessoas de maneira adequada e em tempo hábil.