Durante a visita, Lula conversou com os moradores e observou as ruínas de uma senzala, ressaltando a necessidade de não esquecer o que aconteceu no país, especialmente a exploração e o sofrimento causado às pessoas negras e indígenas. O ex-presidente também compartilhou um vídeo da visita, no qual se dispôs a conversar com os moradores sobre possíveis melhorias para a comunidade.
Além disso, Lula enfatizou a importância de aproveitar o momento histórico vivido no Brasil para recuperar a história verdadeira e os direitos plenos das pessoas. No vídeo, também estavam presentes a primeira-dama, Janja Lula da Silva, e o ministro da Secretaria Geral, Márcio Macedo.
A Ilha da Marambaia tem uma história marcada pelo abrigo de negros traficados da África para o Brasil. Além de sua herança quilombola, a ilha também abriga equipamentos militares desde a década de 1970, quando passou a ser controlada pelas Forças Armadas.
Vale ressaltar que a região tem acesso restrito e a base naval da ilha foi escolhida por Lula para passar o recesso de Ano Novo. A previsão é de que ele retorne amanhã a Brasília. Outros presidentes também já utilizaram o local para descanso.
Em 2015, após uma disputa judicial que se estendeu por mais de dez anos, as famílias quilombolas da Ilha da Marambaia receberam a titulação de uma área de 53 hectares na região, reconhecida pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) na época. Atualmente, a certificação de comunidades quilombolas é realizada pela Fundação Cultural Palmares.
Lula reforçou a importância de não esquecer a história do Brasil e de lutar pela recuperação dos direitos plenos das pessoas, em um momento no qual o país vive importantes discussões sobre questões raciais e a herança da escravidão. A visita do ex-presidente à comunidade quilombola da Ilha da Marambaia destaca a relevância dessas questões para a construção de um Brasil mais justo e digno para todos.