Na quarta-feira, 3, o Irã foi palco de uma dupla explosão que resultou na morte de mais de 100 pessoas e deixou outras 170 feridas. Os ataques ocorreram durante uma homenagem ao general Qassim Suleimani, que foi morto em um ataque com drone em 2020. As explosões aconteceram perto do túmulo do general, localizado em uma mesquita na cidade de Kerman, no sul do país.
Segundo a TV estatal iraniana, o incidente está sendo tratado como um “ataque terrorista” e a agência Tasnim, ligada à Guarda Revolucionária do Irã, informou que as bombas foram detonadas por controle remoto. Até o momento, nenhum grupo assumiu a autoria do ataque.
Qassim Suleimani era considerado um herói nacional no Irã e era responsável por expandir a influência militar do país, patrocinando grupos armados em diversos países da região, como o Hezbollah no Líbano e os rebeldes houthi do Iêmen. Ele foi morto em um ataque americano com um drone em Bagdá, provocando uma série de tensões entre os Estados Unidos e o Irã.
O general era conhecido por comandar a Força Quds e suas ações militares no exterior, influenciando conflitos estrangeiros como os da Síria e do Iraque. A morte de Suleimani encerrou uma carreira que começou nos primeiros dias após a revolução de 1979 e ajudou a moldar a república islâmica que a seguiu.
Apesar de sua baixa estatura e comportamento silencioso, Suleimani foi considerado um dos militares mais infames no Oriente Médio pelos Estados Unidos e seus aliados. Ele é descrito como uma figura mítica entre seus partidários iranianos e foi comparado a Karla, o fanático e fictício mestre de espionagem soviético dos romances de John LeCarré durante a Guerra Fria.
Aos 62 anos, Suleimani tinha o controle da Guarda da Revolução do Irã e se dedicou aos assuntos externos, expandindo a influência do país no Oriente Médio e participando ativamente de conspirações em diversas partes do mundo. Sua morte gerou um aumento significativo das tensões entre Estados Unidos e Irã, resultando em ações militares e ataques através da região.
O ataque no Irã foi um acontecimento marcante na história recente do país e gerou uma série de repercussões, reavivando disputas e tensões geopolíticas na região do Oriente Médio.
