Com uma leitura de 109 pontos em dezembro, o índice ainda está no campo otimista, acima dos 100 pontos, o que permite uma perspectiva de crescimento de 1,9% nas vendas do varejo este ano. No entanto, a ACSP ressalta que essa queda pode ser reflexo da desaceleração da economia, em um contexto de alto endividamento das famílias e juros ainda elevados.
A pesquisa foi realizada com uma amostra de 1,75 mil famílias residentes em capitais e cidades do interior. De acordo com os resultados, com exceção do Nordeste, houve uma redução na confiança do consumidor em quase todas as regiões do país. Além disso, a confiança também diminuiu quase que universalmente no recorte por classes socioeconômicas, com exceção das famílias das classes D e E.
O economista do Instituto Gastão Vidigal (IEGV/ACSP), Ulisses Ruiz de Gamboa, ressaltou que houve uma piora na percepção das famílias sobre sua situação financeira atual e futura, além de uma menor segurança no emprego. A ACSP destacou que a leve piora na confiança do consumidor levou a uma diminuição no número de pessoas dispostas a comprar bens de maior valor, desde carro e imóvel à geladeira e fogão.
Os números indicam que a confiança do consumidor pode estar impactada por questões econômicas e sociais, sugerindo uma certa cautela por parte das famílias na hora de realizar compras mais caras. Isso demonstra a influência direta que a confiança do consumidor tem sobre o desempenho econômico do país e a importância de se buscar políticas que possam melhorar esse indicador, estimulando a retomada do crescimento.