Esse aumento contrasta com o cenário de 2022, quando São Paulo registrou o menor número de mortes provocadas por PMs em serviço da história. Esse marco foi atribuído à implementação do projeto Olho Vivo, que começou em 2021 e previa um investimento de R$ 152 milhões em um sistema de monitoramento em tempo real do trabalho dos policiais.
No entanto, o valor efetivamente utilizado no programa foi significativamente menor, totalizando pouco menos de R$ 95,2 milhões, representando uma redução de 37% em relação ao montante inicialmente previsto. Em resposta, o governo de São Paulo afirmou que planeja ampliar os investimentos em tecnologia e monitoramento em 2024, integrando soluções e garantindo maior proteção ao cidadão.
Apesar disso, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) confirmou que não há previsão da compra de mais câmeras no orçamento de 2024. Em relação ao aumento da letalidade policial, a SSP afirmou que investe permanentemente no treinamento das forças de segurança e em políticas públicas para reduzir as mortes em confronto, com aprimoramento nos cursos e aquisição de equipamentos de menor potencial ofensivo, entre outras medidas.
A secretaria também mencionou a existência de uma Comissão de Mitigação e Não Conformidades, que analisa todas as ocorrências de mortes por intervenção policial e se dedica a ajustar procedimentos e revisar treinamentos. A Polícia Militar, por sua vez, divulgou que conta com 10.125 câmeras operacionais portáteis em uso, abrangendo 52% das unidades policiais do Estado.
No entanto, apesar do aumento da letalidade policial, não há previsão no orçamento de 2024 para a compra de mais câmeras. As famílias das vítimas pedem investigações rigorosas e a garantia de justiça, enquanto a população cobra medidas efetivas para reduzir a letalidade policial e implementar políticas que assegurem a proteção de todos os cidadãos. O Ministério Público segue acompanhando de perto o cenário e cobrando transparência e responsabilização por parte das autoridades competentes.