Servidores do Ibama paralisam atividades em protesto por melhorias salariais e condições de trabalho

Mais de mil servidores do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) decidiram paralisar as atividades de campo do órgão após não conseguirem avançar nas negociações com o governo Lula (PT) por aumento salarial e melhores condições de trabalho.

A decisão foi tomada em uma reunião do conselho de entidades dos servidores do meio ambiente e pode ser ampliada para todo o setor, com possibilidade de greve, em uma reunião marcada para a próxima quinta-feira (4). Os trabalhadores enviaram um documento para o presidente do instituto, Rodrigo Agostinho, no qual afirmam que a medida é uma expressão da luta pela valorização e respeito do serviço e do servidor público da área ambiental.

Durante o período de paralisação, os servidores manterão apenas atividades burocráticas e de escritório, sem viagens e ações de fiscalização em campo. Em comunicado, os trabalhadores afirmam que o Ibama opera atualmente apenas com 52% do seu efetivo e pedem a reestruturação do plano de carreira, além de um concurso público para recomposição do quadro operacional.

A suspensão das atividades afetará a fiscalização ambiental, vistorias de licenciamento ambiental, prevenção e combate a incêndios florestais, liberação de exportações e importações, entre outras importantes atividades. Atualmente, o Ibama atua em operações contra o garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami (RO), contra invasores no território Apyterewa e Trincheira Bacajá (PA), e realiza ações de combate ao desmatamento na Amazônia e no cerrado.

A suspensão das atividades acontece depois que as negociações entre os servidores e o Ministério da Gestão, por melhorias no plano de carreira da categoria, não avançaram. Os trabalhadores do Ibama e do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Biodiversidade) publicaram uma carta acusando a gestão do governo de deslealdade, após o governo não enviar uma proposta para o grupo durante a COP (Conferência do Clima da ONU).

Os servidores reclamam que as negociações não evoluíram após uma primeira mesa e exigiam, então, uma segunda reunião ainda em 2023 —o que não aconteceu. O texto classificava a conduta do governo como “descaso” e diz que a “falha em responder a esta demanda será vista como um desrespeito não apenas aos servidores que representamos, mas também ao compromisso do Brasil com as questões ambientais globais”.

Portanto, a paralisação dos servidores do Ibama é uma manifestação contra a falta de reconhecimento e valorização da categoria, que desempenha um papel fundamental na preservação do meio ambiente e no combate ao desmatamento e outras atividades ilícitas. A situação evidencia a importância de atender às reivindicações dos servidores para manter a eficácia das medidas de proteção ambiental e cumprimento das metas estabelecidas em conferências globais como a COP.

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