O encontro ao lado do monumento ocorreu após o presidente russo, Vladimir Putin, ordenar a mobilização de 300 mil reservistas em meio aos reveses militares na Ucrânia. Isso levou a uma onda de emigração, com muitos russos fugindo do país para evitar o recrutamento para o serviço militar. A leitura pública foi rapidamente dispersada pela polícia, que deteve Kamardin, Shtovba e outros participantes.
Durante a prisão, a mídia russa relatou que Kamardin teria sido espancado e estuprado pela polícia. Logo depois, ele apareceu em um vídeo se desculpando por suas ações, com o rosto visivelmente machucado. Ativistas e amigos de Kamardin alegam que ele foi forçado a gravar o vídeo e que as autoridades não tomaram nenhuma medida para investigar o suposto abuso por parte da polícia.
Durante a audiência de quinta-feira, a esposa de Kamardin, Alexandra Popova, foi escoltada para fora do tribunal depois de protestar contra o veredicto. Ela e várias outras pessoas foram detidas mais tarde sob acusações de realizar um “comício” não autorizado do lado de fora do prédio do tribunal.
Desde o início do envolvimento russo na guerra na Ucrânia, 19.847 pessoas foram presas na Rússia por se manifestarem ou protestarem contra a guerra, e 794 foram implicadas em casos criminais por posições antiguerra, de acordo com o grupo de direitos OVD-Info. A repressão tem sido realizada com base em uma lei aprovada por Moscou, que criminalizou qualquer expressão pública contrária à narrativa oficial sobre a guerra.
A situação dos poetas presos e a repressão contra dissidentes políticos na Rússia continuam a preocupar a comunidade internacional, levantando questões sobre a liberdade de expressão e os direitos humanos no país.