Apesar disso, o ano de 2023 foi excepcionalmente positivo para a economia brasileira. Houve uma queda no desemprego, o PIB teve um bom desempenho, a inflação diminuiu e, como consequência, as taxas de juros também baixaram. No entanto, é importante destacar que esses resultados podem ser comparados a uma arrancada inicial, que logo perde o fôlego. Ao analisar os números, fica evidente que há pouca probabilidade de que o crescimento agrícola de cerca de 20% observado no primeiro trimestre de 2023 se repita.
É compreensível que os governos tentem se apropriar dos bons resultados econômicos e culpem o mundo pelos momentos difíceis. No entanto, no caso da agricultura, essa tentativa chega a ser patética, pois a política econômica de um ano não pode explicar o desempenho da safra do mesmo ano.
Olhando para a economia mundial em 2024, não podemos ignorar os problemas enfrentados pela China, Estados Unidos e Japão, as três maiores economias do mundo. A China está lidando com os problemas derivados do seu mercado imobiliário, enquanto as finanças dos governos locais estão em situação crítica. Os déficits futuros e as dívidas pública e privada são enormes, o que torna o crescimento cada vez mais complicado. Nos Estados Unidos, a alta dos juros reais tem impactado o mercado imobiliário de forma negativa, o que afeta diretamente uma parcela significativa da população que possui dívidas nessa área.
Além disso, é difícil visualizar como os gigantescos déficits orçamentários serão equacionados a longo prazo. O aumento do gasto com saúde e a falta de planos para lidar com essa questão são preocupações adicionais.
Diante desse cenário desafiador, é fundamental questionar o que está sendo feito para lidar com esses problemas. Infelizmente, não vemos a implementação de medidas adequadas, apenas a discussão de ideias que já se mostraram ineficientes no passado.
Em suma, a economia global está enfraquecendo e isso terá impactos negativos no Brasil. É fundamental que medidas sejam adotadas para enfrentar os desafios que estão por vir e evitar maiores consequências para a economia brasileira.
