Presidente Lula sanciona lei do “Não é Não” para bares e boates com exclusão de templos religiosos, diz Folha

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), sancionou a polêmica Lei do Protocolo do “Não é Não”, que tem como objetivo combater a violência e o assédio sexual, especialmente em eventos públicos como bares, restaurantes, boates e shows. No entanto, a lei tem um dispositivo que exclui de seu escopo fatos ocorridos em igrejas e cultos religiosos.

De acordo com a norma, as mulheres vítimas de assédio têm o direito de ser prontamente protegidas pela equipe do estabelecimento, afastadas e protegidas do agressor, e têm o direito de relatar o constrangimento ou a violência sofridos. Além disso, o protocolo estabelece dois tipos de situações: constrangimento e violência. O constrangimento é descrito como qualquer insistência, física ou verbal, sofrida pela mulher depois de manifestada a sua discordância com a interação, enquanto a violência se refere ao uso da força que tenha como resultado lesão, morte ou dano, entre outros, conforme a legislação penal em vigor.

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A aplicação do protocolo “Não é Não” exige o respeito ao relato da vítima acerca do constrangimento ou da violência sofrida, a preservação da dignidade, honra, intimidade e integridade física e psicológica da vítima, a celeridade no cumprimento do disposto na lei e a articulação de esforços públicos e privados para o enfrentamento do constrangimento e da violência contra a mulher. Além disso, os estabelecimentos devem assegurar que tenha pelo menos um funcionário qualificado para atender ao protocolo e manter informações sobre como acionar o “Não é Não” visíveis, bem como os números de telefone de contato da Polícia Militar e da Central de Atendimento à Mulher.

No entanto, o texto da lei determina que a mesma não se aplica a cultos nem a outros eventos realizados em locais de natureza religiosa. Esta exclusão não constava na proposta original da deputada Maria do Rosário (PT-RS) e foi incluída durante a tramitação da matéria na Câmara dos Deputados, no relatório da deputada Renata Abreu (Podemos-SP). A proposta sofreu alterações durante a tramitação no Senado, mas as mudanças foram desfeitas pela Câmara, que retomou o dispositivo que exclui igrejas e templos religiosos do escopo da lei.

Essa decisão tem gerado debates entre apoiadores e críticos da lei, que argumentam que a proteção das mulheres deve ser estendida a todos os ambientes, independentemente de sua natureza religiosa. A exclusão de locais religiosos do escopo da lei tem levantado questionamentos sobre a igualdade de proteção às mulheres em diferentes contextos sociais.

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