Segundo o astrônomo e acadêmico Eduard Larrañaga, a definição de quando um ano começa e termina é, na verdade, uma convenção, ou seja, um sistema “inventado” em determinado momento da história. A partir do pressuposto de que o ano termina à meia-noite do dia 31 de dezembro e começa no dia 1º de janeiro, é uma construção social que pode ser questionada.
Do ponto de vista astronômico, nada de especial acontece no dia 31 de dezembro para marcar o término de um ano, tampouco no dia 1º de janeiro para marcar o início de um novo ano. A duração exata de 365 dias do ano (ou 366, nos anos bissextos) é outra convenção social.
A base para a definição do que é um ano, do ponto de vista da astronomia, não possui uma unidade de medida única, mas pelo menos quatro formas de contagem do tempo que a Terra leva para dar uma volta em torno do Sol: o ano ou calendário juliano, o ano sideral, o ano trópico e o ano anomalístico. Todas essas formas de medir a duração de um ano demonstram que, na prática, a duração do ano pode variar e não é exatamente a mesma em todos os casos.
Além disso, influências externas como o movimento gravitacional de outros planetas podem influenciar a duração do ano, tornando-o uma medida instável ao longo do tempo.
Portanto, a definição do início e do término de um ano é uma construção social baseada em convenções e, do ponto de vista astronômico, a duração do ano pode variar de acordo com diferentes formas de medição e influências externas. Afinal, como conclui o especialista, a ideia de que todos os anos duram exatamente 365 dias é uma simplificação que não reflete a complexidade das diferentes formas de medir a duração de um ano.
