Procura por financiamento no Brasil registra queda de 11% em novembro, aponta Índice Neurotech

A procura por financiamento no Brasil sofreu uma acentuada queda no mês de novembro. De acordo com o índice Neurotech de Demanda por Crédito (INDC), a queda foi de 11%, após já ter cedido 10% em outubro. Em comparação com o mesmo mês do ano anterior, a queda foi ainda mais expressiva, chegando a 15%.

Este resultado de novembro é o mais negativo desde julho deste ano. A única exceção foi o mês de setembro, quando houve um crescimento de 6% em relação ao ano anterior, de acordo com o índice antecipado ao Estadão/Broadcast, medido pela Neurotech, empresa especializada em soluções avançadas de Inteligência Artificial e Big Data.

A queda em novembro foi puxada principalmente pelo setor varejista, que apresentou uma retração de 27% na busca por crédito. Já a procura por crédito em bancos e financeiras caiu 10%. Por outro lado, o setor de serviços teve um aumento pelo segundo mês consecutivo, com uma alta de 14% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Os juros ainda em níveis elevados são um dos fatores que explicam a queda na demanda por crédito, apesar do processo de afrouxamento monetário no Brasil. Natália Heimann, head de produtos Analytics da Neurotech, avalia que a incerteza dos consumidores diante de uma economia que ainda vive mudanças delicadas contribui para essa queda.

No varejo, somente a categoria de supermercados mostrou expansão na busca por financiamento em novembro, com um aumento de 24%. Por outro lado, o segmento de vestuário teve o pior desempenho, com uma queda de 62%. Os demais componentes do indicador também tiveram quedas significativas.

Quanto à variação mensal, além do recuo de 26% da procura por crédito no varejo em novembro em relação ao mês anterior, houve um recuo de 17% nos serviços e um aumento de 1% no setor de bancos e financeiras. No varejo, a categoria “Outros” e supermercados foram as que tiveram as maiores variações, com altas de 7% e 4%, enquanto os demais tiveram declínios expressivos.

A responsável pelo INDC não descarta a possibilidade de uma leve recuperação na leitura de dezembro, especialmente dependendo do comportamento do varejo. Porém, um crescimento efetivo só deve ser esperado a partir de janeiro.

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