Inteligência artificial é testada para avaliar a fluência da leitura de estudantes em projeto-piloto nas escolas públicas brasileiras.

A inteligência artificial, uma tecnologia que vem ganhando cada vez mais espaço na Educação, já é usada para corrigir redações e será testada para avaliar a fluência da leitura de estudantes. No próximo ano, um aplicativo será testado em redes de ensino do Brasil, que gravará áudios de alunos lendo em voz alta uma série de palavras e um texto curto, para avaliar a fluência da leitura por meio da tecnologia.

Esse aplicativo foi desenvolvido por um grupo de trabalho da Aliança Pela Alfabetização, um programa que atua em regime de colaboração com redes de escolas públicas de 17 estados junto a ONGs da área da educação, como a Fundação Lemann, Instituto Natura, Co-Impact e Associação Bem Comum. A ferramenta já vem sendo utilizada nessas redes para gravar a leitura de estudantes do 2º ano do ensino fundamental e, até então, tem a correção feita por professores.

Outra ferramenta de inteligência artificial que deve começar a ser introduzida nas escolas públicas brasileiras é o Khanmigo, um robô que conversa com os estudantes a fim de ajudá-los a chegar a uma resposta.

A Khanmigo foi desenvolvida pela Khan Academy, organização sem fins lucrativos dos EUA que oferece uma plataforma de ensino gratuita, e pela OpenIA, a startup responsável pela criação do ChatGPT. Essa ferramenta foi trazida para o Brasil para ser testada com um grupo de 200 estudantes, em um projeto-piloto, pela Fundação Lemann no início de 2023.

A Fundação Lemann também deu apoio financeiro a outras duas iniciativas de IA para a educação, a Letrus, plataforma de correção de redação, e o projeto da Associação Nova Escola de desenvolvimento de planos de aula gratuitos para professores.

Para Denis Mizne, diretor-executivo da Fundação Lemann, a visão sobre o uso da IA na educação é “moderadamente otimista”, apesar de reconhecer a existência de riscos. Ele acredita que a inteligência artificial pode livrar o tempo de aula de conteúdos maçantes e personalizar a aprendizagem, além de dar a cada aluno um professor personalizado. No entanto, ele também ressalta a importância de o aluno se expressar com suas próprias ideias e a necessidade de regulação das empresas de tecnologia.

Mizne defende a regulação das empresas de tecnologia pelo Estado e o investimento em educação midiática para capacitar crianças, jovens e famílias a discernir informações no universo digital. Ele acredita que, apesar dos riscos, a inteligência artificial pode ter um papel positivo na Educação, desde que seja utilizada com responsabilidade e ética.

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