Homem é preso em Pernambuco por agredir mulher por suspeitar de transexualidade em restaurante no Recife.

Na última sexta-feira (29), a Polícia Civil de Pernambuco prendeu um homem de 35 anos suspeito de agredir uma mulher de 34 anos por acreditar que ela era transexual. O caso ocorreu no sábado (23), em um restaurante na zona norte do Recife.

Antônio Fellipe Rodrigues Salmento de Sá foi preso após prestar depoimento na Delegacia de Casa Amarela, onde negou as acusações. Segundo a defesa do suspeito, ele teria dado um “empurrão” na vítima após ela ofender e tentar tocar a esposa dele.

O delegado Diogo Bem afirmou que o suspeito negou ter agredido a vítima e portar uma arma. Testemunhas, no entanto, relataram que Antônio Fellipe estava armado no restaurante. A vítima alegou que estava saindo do banheiro feminino quando foi abordada pelo suspeito, que a agrediu após questionar o seu gênero.

O restaurante onde o incidente ocorreu afirmou que adotou providências para resolver a situação e que “não tolera qualquer ato de violência ou discriminação contra seus clientes”. O estabelecimento também se solidarizou com a parte agredida.

O suspeito teve a prisão mantida pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco e deverá ser encaminhado para o Centro de Observação e Triagem em Abreu e Lima, no Grande Recife. Segundo o delegado, Antônio Fellipe já tem passagens pela polícia por porte ilegal de armas e responde a um processo por violência doméstica, informações negadas pela sua defesa.

O mandado de prisão preventiva foi cumprido por lesão corporal qualificada e racismo transfóbico, uma vez que o crime se enquadra na Lei do Racismo conforme decisão do STF de 2019. Inicialmente registrado como lesão corporal, a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Pernambuco encaminhou um relatório solicitando que a agressão fosse entendida como transfobia.

Este caso reforça a importância de combater atos de violência e discriminação, bem como a necessidade de se conscientizar a sociedade sobre o respeito à diversidade de gênero e a luta contra a transfobia. A prisão do agressor representa um avanço na busca por justiça e na promoção de um ambiente mais seguro e respeitoso para todos.

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