A comunidade quilombola de Marambaia vive em terras que já pertenceram ao traficante de escravos Joaquim José de Souza Breves, conhecido como Comendador Breves, que utilizava a propriedade para manter os escravizados na época de “engorda”, antes de enviá-los ao trabalho nos cafezais. Hoje, a comunidade quilombola de Marambaia é composta por 124 famílias e tem como principal atividade cultural o Grupo Cultural Filhos da Marambaia, que realiza apresentações de jongo, capoeira, danças de roda e palestras.
A Associação da Comunidade dos Remanescentes de Quilombo da Ilha da Marambaia (ARQIMAR) representa os quilombolas da região, cujo território foi titulado pelo Incra em 2015. A associação encabeçou um projeto de financiamento por meio do Fundo Brasil, que resultou em ações de limpeza e preservação da natureza local, de comunicação para a ARQIMAR e de negociação da titulação do território. Além disso, o grupo Filhos da Marambaia participa de festas tradicionais das cidades da Costa Verde, no litoral sul do Rio, e já representou o quilombo fora do Brasil.
No entanto, o acesso à Restinga da Marambaia é restrito devido à área militar, o que impõe restrições à visitação pelo público, já que uma parte da ilha é de uso privado da Marinha. Outros presidentes, como Jair Bolsonaro, Michel Temer e Fernando Henrique Cardoso, já estiveram no local, que faz parte dos municípios de Mangaratiba, Itaguaí e Rio de Janeiro.
É importante destacar que a ilha da Marambaia é uma área de grande importância histórica e cultural, que hoje abriga comunidades quilombolas que lutam pela preservação de suas tradições e pela titulação de suas terras. A presença do presidente Lula na ilha reacende debates sobre a história e o papel das comunidades quilombolas na região.