Na última quarta-feira (27), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) apresentou ao prefeito Eduardo Paes um projeto voltado para a redefinição do cenário urbano e a reversão da tendência de esvaziamento populacional e degradação da região central do Rio de Janeiro. O projeto possui um investimento de R$ 2 milhões não reembolsáveis, financiado pelo Fundo de Estruturação de Projetos, e é focado na revitalização de ativos imobiliários públicos subutilizados e seus entornos, com potencial de serem catalisadores do desenvolvimento.
Segundo Nelson Barbosa, diretor de Planejamento e Estruturação de Projetos do BNDES, proprietários de imóveis podem procurar o banco para propor a estruturação de projetos. O banco também pode procurar os donos dos imóveis. Um dos imóveis que está sendo estruturado pelo BNDES é o Palácio do Itamaraty. O estudo do BNDES se inspira em experiências nacionais e internacionais e categorizou 46 imóveis do município, estado e União, entre 75 analisados, para intervenções específicas, apresentando propostas com estudo de viabilidade financeira, legislativa e estratégias jurídicas.
O projeto não se limita apenas ao centro histórico (Centro e Lapa), estendendo sua visão para três regiões administrativas: a região portuária – Saúde, Gamboa, Santo Cristo e Caju – e a região entorno da Avenida Francisco Bicalho, que abrange a Estação Leopoldina, desativada desde 2002.
O chefe do Departamento de Estruturação de Projetos com Ativos Imobiliários Públicos do BNDES, Osmar Lima, afirmou que o projeto propõe a transformação da região central em algo verde e agradável, com a criação de sub-bairros e vizinhanças. Além disso, a iniciativa visa tornar a região resiliente ao calor extemo. Isso inclui a proposta de sombreamento de vias, espaços verdes, drenagem eficiente de águas pluviais e infraestrutura sustentável, como a construção de telhados verdes.
Ao todo, quatro categorias de imóveis foram consideradas para o projeto: âncoras do território, reforço a atividades, “acupuntura urbana” e retrofit ou reconversão imobiliária. As intervenções previstas incluem edificações e terrenos na região da praça da Cruz Vermelha, nas ruas do Lavradio, dos Arcos, do Acre, Buenos Aires, Visconde de Inhaúma, próximo ao Saara, e nas proximidades da rodoviária, no entorno da Quinta da Boa Vista, nas avenidas Rodrigues Alves e Presidente Vargas, entre outros locais na região central.
Em resumo, o projeto do BNDES visa reverter a tendência de esvaziamento populacional, bem como revitalizar ativos imobiliários públicos subutilizados na região central do Rio de Janeiro, transformando-a numa área mais habitável, verde e atrativa. O projeto ainda traz a expectativa de fortalecer a centralidade da região, além de criar novos bairros e sub-bairros na região central, proporcionando mais segurança e vitalidade.
