Durante a pandemia, uma amiga enviou uma mensagem para um grupo de WhatsApp pedindo que as pessoas “finjam que não repararam” em seu ganho de peso. Esse pedido preventivo de não julgamento sobre os corpos que estariam presentes foi motivo de reflexão para muitas pessoas, incluindo a própria autora deste relato.
Quatro meses após o nascimento de sua filha, a autora se viu confrontando a balança, que agora a acusava de nove quilos acima do peso que julgava aceitável. As críticas recebidas após postar fotos com a filha na praia geraram sentimentos conflitantes: de um lado, pessoas diziam que ela já estava ótima e não deveria se preocupar com o peso, enquanto outros sugeriam que logo seu corpo voltaria ao normal.
A relação da autora com seu próprio corpo sempre foi influenciada por padrões estabelecidos pela sociedade. Sempre teve um “teto de expectativas” com relação à sua aparência física, e a pressão para atingir esse padrão tornou-se um fardo em muitos momentos de sua vida.
Além disso, a autora ressalta que a forma como as pessoas enxergam seu próprio corpo nem sempre é o suficiente para que os outros o respeitem. Comentários do tipo “Com três quilos a menos você estaria ótima” são constantes, e a pressão social para manter um padrão de beleza é constante e sufocante.
Ela compartilha também a experiência de receber elogios em momentos de grande tristeza, como quando teve depressão no fim da adolescência e quando sua mãe adoeceu gravemente. Nessas fases de sofrimento, ela foi elogiada por sua aparência, o que a fez questionar a superficialidade desses julgamentos.
Refletindo sobre a sociedade atual, a autora menciona a pressão constante para manter uma imagem imaculada e inalterável. Ela cita o exemplo da atriz Paolla Oliveira, que recentemente foi alvo de comentários sobre sua aparência, questionando se as pessoas que expõem suas opiniões na internet entendem o impacto social dessas críticas.
A autora também compartilha sua admiração pela escritora Dani Rosolen e seu livro “Incabível”, que aborda temas como anorexia, compulsão alimentar e a pressão para se encaixar em padrões de beleza. Ela relata experiências pessoais, como o medo de ser julgada em reuniões familiares e a dificuldade de resistir aos padrões estabelecidos pela sociedade.
Em meio a todas essas pressões e expectativas, a autora reforça a importância de não permitir que os outros determinem como ela deve enxergar seu próprio corpo. Ela conclui afirmando que não há problema algum com seu corpo e que é hora de mudar a forma como lidamos com essas questões.
