Esse cenário coloca em xeque as políticas públicas e os indicadores relacionados ao meio ambiente no estado, que é o maior responsável pelo desmatamento na Amazônia Legal, mas também teve a maior redução do desmatamento em comparação com os outros estados do bioma. Para tentar acelerar a redução desses indicadores, a gestão Helder Barbalho anunciou uma série de medidas na área de meio ambiente, incluindo a neutralização das emissões de carbono, rastreamento do gado e editais de concessão para reflorestamento de áreas protegidas.
Além disso, o governo planeja ampliar a atuação do estado no monitoramento das praias por meio de parcerias com universidades para realização de testes de balneabilidade. Atualmente, a análise e divulgação da qualidade das praias é feita pelos municípios, mas não há monitoramento na maior parte das cidades da costa paraense, incluindo destinos turísticos populares.
Essa falta de monitoramento é preocupante, pois nadar em áreas contaminadas pode causar problemas de saúde, principalmente devido ao despejo irregular de esgoto, que é um gargalo histórico nos principais centros urbanos do estado. A situação do saneamento básico no Pará também é alarmante, com baixa cobertura de esgotamento sanitário e precária coleta de esgoto.
A falta de monitoramento adequado das praias pode representar um risco especialmente para a população ribeirinha, que consome água sem tratamento e pode ser afetada por doenças gastrointestinais e de pele. Além disso, praias de água doce também podem sofrer contaminação por rejeitos de garimpo, como foi o caso no rio Tapajós em Alter do Chão.
Diante desse contexto, o governo do estado precisa avançar no monitoramento da balneabilidade das praias para garantir a segurança e a saúde da população, especialmente em um momento em que a cidade de Belém se prepara para sediar a COP30, conferência do clima da ONU. A atenção a esse aspecto também é fundamental para manter a qualidade dos destinos turísticos e a sustentabilidade ambiental da região.