Pará, sede da COP30, é um dos três estados litorâneos do país que não monitora a balneabilidade de suas praias

O estado do Pará, que busca melhorar seus indicadores ambientais até 2025, não faz monitoramento da balneabilidade de suas praias, apesar de possuir um extenso litoral de cerca de 560 km. Com 13 cidades litorâneas e praias fluviais em destinos turísticos como a Ilha de Marajó e o balneário de Alter do Chão, o governo do estado não realiza análises da qualidade das águas em suas praias.

Esse cenário coloca em xeque as políticas públicas e os indicadores relacionados ao meio ambiente no estado, que é o maior responsável pelo desmatamento na Amazônia Legal, mas também teve a maior redução do desmatamento em comparação com os outros estados do bioma. Para tentar acelerar a redução desses indicadores, a gestão Helder Barbalho anunciou uma série de medidas na área de meio ambiente, incluindo a neutralização das emissões de carbono, rastreamento do gado e editais de concessão para reflorestamento de áreas protegidas.

Além disso, o governo planeja ampliar a atuação do estado no monitoramento das praias por meio de parcerias com universidades para realização de testes de balneabilidade. Atualmente, a análise e divulgação da qualidade das praias é feita pelos municípios, mas não há monitoramento na maior parte das cidades da costa paraense, incluindo destinos turísticos populares.

Essa falta de monitoramento é preocupante, pois nadar em áreas contaminadas pode causar problemas de saúde, principalmente devido ao despejo irregular de esgoto, que é um gargalo histórico nos principais centros urbanos do estado. A situação do saneamento básico no Pará também é alarmante, com baixa cobertura de esgotamento sanitário e precária coleta de esgoto.

A falta de monitoramento adequado das praias pode representar um risco especialmente para a população ribeirinha, que consome água sem tratamento e pode ser afetada por doenças gastrointestinais e de pele. Além disso, praias de água doce também podem sofrer contaminação por rejeitos de garimpo, como foi o caso no rio Tapajós em Alter do Chão.

Diante desse contexto, o governo do estado precisa avançar no monitoramento da balneabilidade das praias para garantir a segurança e a saúde da população, especialmente em um momento em que a cidade de Belém se prepara para sediar a COP30, conferência do clima da ONU. A atenção a esse aspecto também é fundamental para manter a qualidade dos destinos turísticos e a sustentabilidade ambiental da região.

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