Na sexta-feira (23/12), Jéssica Canedo, moradora de Araguari (MG), foi encontrada morta. Jéssica passou a ser alvo de ataques virtuais nas redes sociais após o perfil de notícias de celebridades Choquei divulgar que a jovem teria um relacionamento amoroso com o humorista Whindersson Nunes.
O suposto relacionamento foi negado pelo artista e pela jovem, mas a desinformação não foi retirada das plataformas. Segundo a família, ela sofria de depressão.
Em postagem nas redes sociais, o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio de Almeida, declarou que a regulação das redes sociais é um “imperativo civilizatório”.
“A irresponsabilidade das empresas que regem as redes sociais diante de conteúdos que outros irresponsáveis e mesmo criminosos nela propagam tem destruído famílias e impossibilitado uma vida social minimamente saudável”, escreveu.
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, afirmou que a morte de Jéssica foi causada pela “irresponsabilidade” de perfis que lucram com a misoginia e a disseminação de mentiras.
“É inadmissível que o conteúdo mentiroso contra Jéssica, que fez crescer uma campanha de difamação contra a jovem, não tenha sido retirado do ar nem pelo dono da página nem pela plataforma X ao longo de quase uma semana, mesmo depois dos apelos da própria Jéssica e de sua mãe”, completou a ministra.
Em nota, o perfil Choquei afirmou que não houve “qualquer irregularidade” nas informações publicadas e que as postagens foram feitas com os “dados disponíveis no momento”.
“O perfil Choquei, por meio de sua assessoria jurídica, vem esclarecer aos seus seguidores e amigos que não ocorreu qualquer irregularidade na divulgação das informações prestadas por esse perfil. Cumpre esclarecer que não há responsabilidade a ser imputada pelos atos praticados, haja vista a atuação mediante boa-fé e cumprimento regular das atividades propostas”, declarou.
Esta é mais uma triste história que se une à crescente preocupação com a disseminação de notícias falsas e seu impacto na sociedade. Ministros do governo federal se manifestaram a respeito da necessidade de regulação das redes sociais para combater a propagação desse tipo de informação. A morte da jovem Jéssica Canedo após sofrer ataques nas redes sociais reacende o debate sobre a responsabilidade das plataformas em lidar com conteúdo difamatório e nocivo.
O episódio chama a atenção para a importância de medidas efetivas que garantam a veracidade das informações compartilhadas nas redes sociais, especialmente quando se trata de notícias que podem causar sérios danos à vida das pessoas. A necessidade de regulação das redes sociais, mencionada pelos ministros, é uma questão que tem ganhado destaque e que pode ter um impacto significativo na segurança e bem-estar dos usuários.
Espera-se que este trágico acontecimento sirva como um alerta para a urgência de regulamentações que visem combater a disseminação de fake news e a proteção da integridade das pessoas nas plataformas digitais. O debate sobre a regulação das redes sociais promete ganhar ainda mais relevância diante da pressão das autoridades e da sociedade civil.
