Essa novidade já está em operação desde o primeiro semestre letivo, permitindo que a correção seja feita de forma instantânea, o que pode reduzir a “fila” de redações para serem corrigidas. Em média, cada estudante produziu quase 1,5 redação no semestre letivo, totalizando 3,5 milhões de textos desde o lançamento da plataforma. A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo enfatiza que a intenção é que cada estudante escreva pelo menos uma redação por mês.
A rapidez na correção é um dos pontos positivos destacados pela Secretaria, que aponta um tempo médio de duas semanas para a correção antes da implementação da IA. A expectativa é agilizar essa devolutiva, estimulando uma maior produção dos estudantes. Educadores consultados pela Folha consideram a plataforma de inteligência artificial interessante para criar um fluxo maior de produção e correção de textos, proporcionando um estímulo para os alunos escreverem mais.
No entanto, é preciso ter cautela para que a IA não distancie o professor das dificuldades dos estudantes. A Secretaria de Educação ressalta que o professor precisa validar a correção feita pela IA, mas admite que o docente não recebe informações dos erros ortográficos e gramaticais que o aluno cometeu antes de entregar o texto. A plataforma também tem propostas de redação de diferentes gêneros textuais e contempla os modelos de textos exigidos pelo Enem e pela Fuvest. Além disso, a Secretaria planeja enviar especialistas para auxiliar os docentes sobre o uso da Redação SP a partir do próximo ano.
O secretário de educação, Renato Feder, enfatiza que o uso da IA permitirá acompanhar de perto o processo de correção, mas reforça que é o professor quem dará a opinião final, destacando a importância do papel do docente no aprendizado dos alunos. Com a implementação dessa tecnologia, a Secretaria espera um aumento significativo na produção de textos pelos estudantes nos próximos anos. Este avanço é visto como uma forma de melhorar a aprendizagem dos alunos, especialmente em relação à língua portuguesa, área em que houve baixos índices de desempenho nos últimos anos.