Estratégias para interagir com familiares que têm demência durante as festas de fim de ano

Neste período de festas de fim de ano, é comum que muitos de nós nos deparemos com familiares que sofram de algum tipo de demência, como o Alzheimer. Além das dificuldades relacionadas à perda de memória, pessoas nessas condições podem ter dificuldade em acompanhar conversas e podem ficar confusas em ambientes com muito barulho, o que muitas vezes leva amigos e familiares a se afastarem dessas pessoas por não saber como lidar com a situação.

Entretanto, a gerontóloga Thais Bento Lima da Silva orienta que a melhor estratégia é interagir com esses familiares, conversando de forma clara e sem pressa. Ela ressalta a importância de acolher o indivíduo com demência e auxiliá-lo com pistas e informações que o direcionem para a realidade, além de relembrar o papel social que cada um exerce na família e informar onde o evento está acontecendo para evitar desorientação. Isso é fundamental para que a pessoa se sinta reconhecida e acolhida, mesmo diante das limitações causadas pela demência.

O tema ganhou destaque após um vídeo viralizar nas redes sociais, mostrando uma propaganda de Natal da Chevrolet que retrata uma neta interagindo com a avó, aparentemente com Alzheimer. A abordagem da neta é baseada na terapia de reminiscência, que busca resgatar memórias vividas em longo prazo, contribuindo para a redução da experiência de falha da memória. A prática mostra que ao trabalhar com recursos que envolvem a história de vida do indivíduo, é possível estabelecer conexões mais sólidas, proporcionando tranquilidade e acolhimento.

Pesquisas na área de reabilitação cognitiva destacam que é possível resgatar memórias por meio de imagens associadas a eventos do passado, objetos com significado especial e músicas que a pessoa gosta. No caso da doença de Alzheimer, a memória autobiográfica é um dos últimos tipos de memória a serem prejudicados, o que faz com que recursos de estimulação relacionados à história de vida apresentem boa resposta e conexão entre passado e presente.

A estratégia utilizada no vídeo da Chevrolet, portanto, é respaldada pela ciência e pela prática clínica, mostrando que é possível proporcionar uma melhor qualidade de vida para pessoas que sofrem com demências como o Alzheimer. Ao resgatar lembranças vividas, é possível construir um fio condutor para que essas pessoas consigam se conectar com a sua realidade e seu “eu”, mesmo diante das dificuldades causadas pela doença. Siga o blog Saúde Mental.

A história, portanto, nos convida a repensar a forma como lidamos com familiares que sofrem de demência, valorizando suas memórias e oferecendo a eles o acolhimento e a compreensão de que tanto necessitam. A promoção de interações significativas, que resgatem lembranças vividas, pode fazer a diferença na vida dessas pessoas durante as festas de fim de ano.

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