A investigação do crime resultou nas prisões de Darcy Alves da Silva e de seu pai, o fazendeiro Darly Alves da Silva. Guma e outros ativistas fundaram, naquela mesma noite, o Comitê Chico Mendes, no Acre, com o objetivo de cobrar das autoridades uma investigação rápida e punição aos culpados. Até os dias atuais, a impunidade e a violência contra defensores ambientais persistem, como evidenciado pelo relatório da organização não governamental Global Witness, que revelou que um em cada cinco assassinatos de defensores da terra e meio ambiente no mundo ocorrem na Amazônia.
A filha de Chico Mendes, Ângela Mendes, destacou a importância do comitê como uma estratégia para mobilizar a sociedade e pressionar por justiça. Ela enfatizou que a preservação da memória do pai é essencial, especialmente diante das tentativas de minimizar sua importância. E ressaltou que é crucial continuar a luta pela justiça e preservação da região.
Tanto Guma quanto Ângela enfatizaram o legado revolucionário de Chico Mendes na criação das reservas extrativistas, que representam um modelo de área protegida com segurança jurídica e física para as comunidades tradicionais. Essas reservas, segundo Ângela, desempenham um papel fundamental no enfrentamento da crise climática e na garantia dos direitos das pessoas em seus territórios.
Além disso, Guma destacou a habilidade de Chico Mendes em estabelecer alianças e reunir diferentes grupos em prol da preservação da Amazônia. E Ângela contou que o pai era carinhoso e tratava a todos com igualdade, independentemente de sua origem ou condição social.
A neta de Chico Mendes, Angélica Francisca, seguiu os passos da mãe e se tornou bióloga, atuando em projetos de sensibilização para a Amazônia e mantendo viva a luta pela preservação do meio ambiente.
Assim, o legado de Chico Mendes continua inspirando gerações a lutar pela proteção da Amazônia e a defende-la da destruição, em um testemunho vívido e eterno do poder transformador das ações individuais e da unidade coletiva em prol de uma causa maior.