Mar do Leblon: a bela praia e a triste realidade das águas impróprias para banho na zona sul do Rio de Janeiro.

As belas praias da zona sul do Rio de Janeiro, atrativas por sua água verde transparente, escondem um problema que pode passar despercebido para muitos banhistas. Mesmo em um dia ensolarado, como o que presenciou a estudante de medicina Geovanna Souza, 26, a qualidade da água do mar do Leblon é considerada imprópria para banho na maior parte do ano.

Ao voltar de um mergulho no mar, Geovanna expressou sua surpresa ao descobrir que a água, apesar de parecer limpíssima, está longe disso. “Eu não podia imaginar. Essa água tão clarinha, achei que estivesse limpa”, afirmou a jovem, recém-moradora do bairro.

Por outro lado, frequentadores habituais, como a aposentada Selma Ramos e o cozinheiro Gustavo Neves, parecem estar cientes da situação. Selma afirmou que frequenta a praia do Leblon há muitos anos e nunca teve problemas, enquanto Gustavo ressaltou a alta temperatura como motivo para ignorar a possível poluição das águas.

Segundo dados da Cetesb, a qualidade da água do mar do Leblon é considerada imprópria para banho entre 25% e 50% do tempo, tornando-a ruim de acordo com os critérios da companhia. Porém, praias vizinhas, como Ipanema, se mantêm regulares na qualidade da água, indicando que estão impróprias para banho em até 25% do ano.

Para o biólogo Mário Moscatelli, praias que são consideradas impróprias há décadas estão apresentando períodos de melhoria devido ao trabalho das concessionárias de água e esgoto, que têm impedido o lançamento direto de esgoto no mar. Um exemplo disso é a praia do Flamengo, que, conhecida como “brejão” por causa da poluição, foi classificada como própria para banho em alguns períodos, atraindo banhistas e sendo rebatizada como “Caribrejo” pela sua semelhança com os mares caribenhos.

Apesar desses avanços, a situação das praias do Rio de Janeiro ainda é preocupante. No entanto, especialistas acreditam que, com empenho, a situação poderá mudar. A reportagem seguiu normas federais no levantamento da qualidade da água das praias, que consideram um trecho próprio se não tiver registrado mais de 1.000 coliformes fecais para cada 100 ml de água na semana de análise e nas quatro anteriores.

Portanto, apesar da beleza e atratividade das praias cariocas, é importante estar atento à qualidade da água, pois a aparência nem sempre reflete a realidade.

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