Campos Neto afirmou que o Copom optou por manter um guidance curto em suas comunicações, abrangendo apenas as próximas duas reuniões. Ele explicou que esse horizonte é compatível com as incertezas e a visibilidade da política monetária. No entanto, ele ressaltou que “não garante nada” e que a indicação de corte nas próximas duas reuniões pode ser reavaliada a cada encontro.
Quando questionado sobre a possível flexibilização da meta fiscal do governo afetar o ritmo de redução dos juros, Campos Neto respondeu que a relação existe, mas não é mecânica. Ele destacou que a aprovação de reformas como a tributária pode compensar a deterioração fiscal, o que não afetaria as variáveis do arcabouço de decisão do Banco Central, explicou o presidente do BC.
Campos Neto parabenizou o governo, em especial o ministro da Fazenda, pela aprovação da reforma tributária, e enfatizou que a agenda reformista compensou a pressão por mais gastos e manteve as expectativas de inflação estáveis.
Além disso, o Banco Central divulgou o Relatório Trimestral de Inflação, no qual elevou ligeiramente a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano de 2,9% para 3%. O relatório também apontou que a probabilidade de a inflação de 2023 ultrapassar a meta de 4,75% neste ano caiu de 67% para 17%.