A Terra Indígena Apyterewa, que está em processo de desintrusão de invasores, envolve as terras Apyterewa e Trincheira Bacajá, onde vivem cerca de 700 parakanãs e 750 kayapós mebengôkres e xikrins, respectivamente.
Um dos suspeitos procurados pela PF é Antônio Borges Belfort, que é acusado de fornecer gado da fazenda na terra indígena a grandes frigoríficos e de manter um funcionário em situação análoga à escravidão prestando serviço em sua propriedade. O MPF no Pará apresentou 31 ações criminais e 17 ações civis públicas contra supostos invasores da Terra Indígena Apyterewa, acusando-os de criação e venda ilegal de gado. Belfort é acusado de fomentar a derrubada de pontes de madeira para impedir o avanço das equipes na operação de desintrusão.
A defesa de Belfort alega que ele não está foragido e está à disposição da justiça para esclarecer os fatos, além de afirmar que ele compareceu perante a Justiça e buscou soluções amigáveis e pacíficas para a questão da Terra Indígena Apyterewa. O outro suspeito procurado pela PF, Adelson Cruz, é acusado de obstruir ações de fiscalização, ameaçar indígenas, comercializar lotes e cobrar pedágio para ingresso na terra indígena.
O governo relatou que houve uma redução de 94% no desmatamento na região após o início da operação, e a grande maioria dos invasores e gado já foram retirados dos territórios. As ações policiais para a desintrusão chegaram a ser suspensas pelo governo Lula, mas foram retomadas uma semana depois. Mais de 100 mil hectares de floresta amazônica na Apyterewa foram invadidos, sendo que mais de 70 mil hectares foram convertidos em pastagem. De acordo com os procuradores da República, a evolução do desmatamento está diretamente relacionada à grilagem de terras e à pecuária extensiva.
A busca pelos invasores continua, com a intensão de fazer cumprir a decisão da Justiça Federal em Redenção (PA) e devolver o território integral aos povos indígenas que habitam a região.
