Repórter cinematográfica Andreza Oliveira vence o Prêmio +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira

No último mês, a repórter cinematográfica Andreza Oliveira foi agraciada com o Prêmio +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira, na categoria “Profissionais de Imagem/Vídeo”. A jornalista, natural de Carapicuíba, região metropolitana de São Paulo, ficou surpresa ao ser reconhecida e considerada uma referência profissional para outras pessoas.

Não é a primeira vez que Andreza recebe uma premiação em sua carreira. Em 2022, a reportagem “Pena de Multa e a suspensão do Direito ao Voto”, produzida por ela e a colega, também jornalista Jennifer Larice, foi contemplada na categoria “Relevância e Originalidade” do 3º Prêmio Ricardo Boechat de Jornalismo Político.

Desde a infância, Andreza nutria uma paixão pela fotografia, e inclusive se formou no curso técnico em fotografia na Escola Técnica Estadual (ETEC) de Carapicuíba. Ela estudou em escolas públicas e frequentou cursinhos populares preparatórios para vestibulares durante o ensino médio, até ingressar no curso de história da Universidade Federal de São Paulo.

Durante a graduação, ela viu uma chamada no SPTV (Rede Globo) que buscava jovens de regiões periféricas de São Paulo para participarem de um projeto de jornalismo comunitário. Embora não tenha sido aprovada no processo seletivo, a experiência a motivou a trancar o curso de história no terceiro semestre e migrar para o jornalismo.

Mais tarde, pela mesma emissora, conseguiu uma vaga de repórter em outro projeto de jornalismo comunitário. Durante a experiência, ela pôde aprender mais sobre o ofício e aliá-lo à sua paixão pela fotografia.

Em março de 2020, no início da pandemia de Covid-19 no Brasil, Andreza tornou-se repórter cinematográfica, a famosa “câmera girl”. Ela ressalta que seu maior desafio é contar histórias através da imagem e mostrar a realidade de forma fiel.

Segundo a pesquisa Perfil Racial da Imprensa Brasileira, divulgada em 2021, um pouco mais de 36% dos jornalistas nas redações brasileiras são mulheres, e apenas 0,5% dos repórteres fotográficos eram pretos e pardos. Embora não haja registros sobre a quantidade de repórteres cinematográficos no país, Andreza se orgulha em ser uma referência para meninas e mulheres negras que aspiram trabalhar com audiovisual.

Ela destaca a importância de sua representatividade, afirmando que encontrou o jornalismo por acaso, sem muitas referências de mulheres negras na área. Hoje, conhece outras mulheres negras no audiovisual e se alegra ao receber mensagens de mulheres que acompanham seu trabalho, mostrando que está no caminho certo.

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