Repórter São Paulo – SP – Brasil

Decisão liminar concede autorização para demolição parcial da Vila Sahy em São Sebastião após tragédia no carnaval.

Decisão judicial permite o governo de São Paulo demolir imóveis na Vila Sahy, em São Sebastião, litoral norte paulista. A decisão foi tomada nesta terça-feira (19) através de uma liminar que autorizou a demolição de 198 casas desocupadas desde a tragédia que resultou na morte de 64 pessoas no último carnaval devido a deslizamentos de terra.

O juiz Vitor Hugo Aquino de Oliveira, da 1ª Vara Cível de São Sebastião, concedeu a autorização para a demolição de imóveis em áreas com classificação de risco muito alto, atendendo parcialmente ao pedido da Procuradoria-Geral do Estado, que havia requisitado a permissão para derrubar 172 casas atualmente ocupadas. No entanto, o magistrado determinou que cada imóvel a ser demolido seja avaliado individualmente por laudos e condicionou a demolição ao atendimento habitacional definitivo.

A realocação das pessoas é considerada a última solução a ser realizada, de acordo com o juiz, enfatizando a importância de conservar o local onde as pessoas criaram suas histórias de vida. A população local tem reclamado da falta de consulta sobre o processo que prevê remoções e a reurbanização do bairro.

O governo estadual não especificou o número exato de pessoas que moram nas residências sob risco de demolição, o que gerou questionamentos por parte da Associação de Moradores da Vila Sahy (Amovila), que estima que cerca de 4 mil pessoas residam nas casas que podem ser demolidas.

O governo está finalizando a construção de prédios para atender à população que será removida, com previsão de entrega ainda este mês. Esses apartamentos estão localizados nos bairros de Baleia Verde e Maresias. Além disso, estão previstas a construção de 704 residências em três empreendimentos nesses bairros e 262 na Topolândia, próximo ao núcleo urbano de São Sebastião.

A ação judicial também determinou a realização de uma audiência pública e a comunicação prévia dos proprietários antes do início das demolições. A decisão do juiz Aquino de Oliveira demonstra a preocupação com a situação dos moradores da Vila Sahy e destaca a importância de garantir uma solução habitacional definitiva para os afetados pela tragédia.

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