Repórter São Paulo – SP – Brasil

Pesquisa liderada por universidades de São Paulo avança no aprimoramento de válvula cardíaca para tratamento de estenose aórtica grave.

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) tem como objetivo aprimorar a válvula aórtica de Wheatley, um dispositivo que promete revolucionar os tratamentos cardiovasculares. A pesquisa visa melhorar a qualidade de vida de milhões de pessoas que sofrem de estenose aórtica, um estreitamento da abertura da válvula aórtica que prejudica o fluxo sanguíneo do ventrículo esquerdo para a aorta.

A estenose aórtica é uma condição comum entre idosos e, em casos graves, a única alternativa viável para melhorar a qualidade de vida do paciente é realizar um transplante da válvula natural disfuncional por uma artificial. O estudo, que já rendeu prêmios na área de ciências exatas e da terra, busca aprimorar a válvula aórtica de Wheatley para que não seja necessário o uso de anticoagulantes na fase pós-operatória, como ocorre com outras válvulas poliméricas.

Os anticoagulantes são utilizados para evitar a formação de coágulos e facilitar a circulação sanguínea, porém seu uso requer um cuidado extremo dos pacientes, principalmente em casos de sangramentos que podem levar a outras complicações.

Desenvolvida pelo Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI), a pesquisa consiste na modelagem computacional do dispositivo que substitui a válvula aórtica natural em pacientes com casos graves da doença. Com o objetivo de reduzir o tempo e os custos envolvidos na produção física de protótipos e testes experimentais, a equipe se propôs a realizar a modelagem computacional da válvula de Wheatley.

Os pesquisadores testaram diversos softwares, sendo o solver LS-DYNA a opção que melhor se adequou às necessidades do projeto de pesquisa, permitindo reproduzir no computador o desempenho mecânico e fluidodinâmico que a válvula aórtica de Wheatley apresenta em condições controladas de vazão e pressão.

O desafio agora está em garantir que a válvula abra e feche rapidamente, evitando a formação de tromboses, e que a tensão de cisalhamento no fluxo sanguíneo esteja sempre acima de um limite crítico. Com isso, espera-se proporcionar uma vida útil maior do dispositivo em comparação às válvulas convencionais.

Em busca desse aprimoramento, os pesquisadores seguem empenhados em contribuir para a inovação e o avanço na área de dispositivos para tratamentos cardiovasculares, almejando oferecer soluções mais seguras e eficazes para os pacientes afetados pela estenose aórtica.

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