A COP28, conferência do clima da ONU, encerrou suas atividades na última quarta-feira (13) com uma decisão histórica de transição dos combustíveis fósseis. A conferência decidiu que o mundo deve “transitar dos combustíveis fósseis” e orientar a revisão das metas climáticas dos países nos próximos dois anos.
A decisão foi tomada após intensas negociações, que também envolveram grandes produtores de petróleo, mas deixou brechas que beneficiam o setor de óleo e gás. O texto definido durante a COP28 expressa a necessidade de transitar dos combustíveis fósseis de forma justa, ordenada e equitativa, acelerando a ação para atingir emissões líquidas zero em 2050, mantendo-se junto à ciência.
No entanto, a decisão não estabelece uma definição clara do que seja “baixo carbono” e permite interpretações vagas e brechas que beneficiam o setor de combustíveis fósseis. Além disso, a decisão legitima a controversa geotecnologia do CCS, que tem sido forçosamente incluída em relatórios do painel do clima da ONU e nas negociações das COPs do clima, apesar da falta de estudos suficientes sobre sua segurança.
A decisão também inclui outros temas controversos, como a energia nuclear e o hidrogênio “de baixo carbono”, que pode ser produzido com combustíveis fósseis, como o gás, com compensação de emissões. Observadores das negociações interpretam a decisão como uma licença para a abertura de novas frentes de exploração de gás, o que vai contra a transição energética e ameaça o cenário de manter o aquecimento global limitado a 1,5°C.
Apesar das brechas, a decisão foi considerada positiva por representar um sinal político importante para o setor e para os países, que agora devem incorporá-la às suas políticas domésticas. A avaliação sobre a decisão da COP28 é variada, com opiniões que vão desde a consideração de brechas complicadas até a interpretação da decisão como um sinal importante para o setor.
No geral, a decisão da COP28 representa um avanço significativo nas negociações climáticas, mas ainda há desafios a serem enfrentados na transição dos combustíveis fósseis para energias mais limpas. A conferência deixa um importante marco para que os países e o setor energético acelerem suas ações em direção a um futuro mais sustentável e livre do carbono.
