Repórter São Paulo – SP – Brasil

Presidentes da Venezuela e da Guiana assinam declaração conjunta para evitar conflito armado e buscam mediação internacional

Os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e da Guiana, Irfaan Ali, marcaram um momento histórico ao assinarem uma declaração conjunta comprometendo-se a não usar a força um contra o outro, direta ou indiretamente, em nenhuma circunstância. Em um claro esforço para resolver as tensões fronteiriças, o documento também estabelece que nem mesmo a disputa territorial entre os dois países será motivo para agressões mútuas.

O compromisso entre as nações também inclui a abstenção de intensificar qualquer conflito por palavras ou ações, reafirmando o compromisso com a boa vizinhança, coexistência pacífica e a unidade latino-americana. Além disso, qualquer incidente eventual entre os dois Estados será imediatamente levado à Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), à Comunidade Caribenha (Caricom) e ao presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, para a contenção e prevenção de recorrência.

O encontro entre Maduro e Ali ocorreu na ilha caribenha de São Vicente e Granadinas, sob mediação da Celac, Caricom e outras autoridades internacionais, incluindo o Brasil, representado pelo assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim. Em um esforço para resolver a disputa, uma próxima reunião foi marcada para ocorrer no Brasil dentro de três meses.

Neste contexto, Maduro destacou a importância do diálogo no continente latino-americano e caribenho, afirmando que foi um encontro de “verdades e respeito”. Irfaan Ali também expressou sua gratidão à sua equipe e aos diplomatas internacionais pelo diálogo, estendendo seu agradecimento aos líderes do Caricom, Celac, Brasil, representantes do Secretariado-Geral das Nações Unidas e ao primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas por recebê-los.

No entanto, as tensões entre Venezuela e Guiana aumentaram no início do mês, quando a Venezuela realizou uma consulta popular que aprovou a incorporação de Essequibo, região disputada entre os dois países há mais de um século. O governo venezuelano também autorizou a exploração de recursos naturais na região e nomeou um governador militar para ela. Em resposta, o governo brasileiro reforçou suas tropas militares em Roraima, fronteira com os dois países, e defendeu a resolução da controvérsia por meio de um diálogo mediado.

A assinatura da declaração conjunta entre Venezuela e Guiana representa um marco importante na busca por uma solução pacífica para a disputa territorial entre os dois países, destacando a importância do diálogo e da mediação internacional como ferramentas essenciais para a promoção da paz e da estabilidade na região.

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