Presidência brasileira no G20 propõe desburocratização e facilitação de acesso a recursos climáticos globais.

Brasil propõe desburocratizar acesso a recursos para combater mudanças climáticas

A presidência brasileira no G20 discutiu nesta semana, na primeira reunião de integrantes do grupo, em Brasília, uma proposta para desburocratizar e facilitar o acesso a recursos que estão parados nos quatro principais fundos globais que financiam projetos de combate às mudanças climáticas. A coordenadora da Trilha de Finanças da atual gestão do G20, a embaixadora Tatiana Rosito, que também é secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, afirmou que a iniciativa do Brasil foi amplamente apoiada pelos integrantes do bloco.

Os fundos mencionados por Rosito são o Fundo Verde para o Clima (GCF), o Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), o Fundo de Adaptação (FA) e os Fundos de Investimentos Climáticos (CIFs). Juntos, os fundos apresentam empoçamento de recursos que chegam ao montante de US$ 11 bilhões, ou seja, financiamento que não chega aos destinatários, especialmente projetos em países pobres e em desenvolvimento.

Segundo a embaixadora, a proposta brasileira visa ampliar o acesso, reduzir a burocracia, e também aumentar os recursos e a capacidade de mobilização de recursos públicos e privados. A iniciativa exige uma revisão independente dos fundos, que são considerados muito burocráticos e demorados. Durante as últimas reuniões do G20, houve um consenso geral sobre a necessidade de desburocratizar o acesso aos recursos.

As reuniões marcaram o pontapé do calendário de atividades preparatórias para a cúpula do G20, em novembro de 2024, quando os chefes de Estado e de governos se reunirão no Rio de Janeiro. Até lá, serão mais de 120 eventos distribuídos ao longo do ano em diversas cidades-sede do país e em algumas cidades no exterior. Durante a reunião dos vice-ministros de finanças e dirigentes de Bancos Centrais, houve alinhamento em torno das pautas de fortalecimento e reforma dos bancos multilaterais de desenvolvimento, criação de soluções estruturais para problemas da dívida dos países pobres e de renda média e aumento de fluxo de capitais para países do Sul global, de forma mais estável.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou da reunião conjunta das trilhas de Sherpas e de Finanças do G20, e defendeu a criação de mecanismos de taxação internacional que ajudem a financiar o desenvolvimento sustentável. O Brasil, que ocupa a presidência temporária do grupo, destacou que as três prioridades de discussão serão combate à fome, questões climáticas e governança global. O G20 é composto por 19 países e dois órgãos regionais, representando cerca de 85% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, mais de 75% do comércio mundial e cerca de dois terços da população mundial.

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