Prefeitura de São Paulo decide não reajustar tarifa de ônibus, enquanto governo do estado aumenta preço do metrô e dos trens

A gestão do prefeito Ricardo Nunes, do partido MDB, anunciou nesta quinta-feira (14) que não vai aumentar o valor da tarifa dos ônibus em São Paulo. A passagem permanecerá em R$ 4,40, segundo comunicado da prefeitura da capital paulista.

Essa decisão vai na contramão da determinação do governo do estado, que confirmou o aumento da tarifa dos trens e do metrô para R$ 5. O reajuste, anunciado pela gestão do governador Tarcísio de Freitas, do partido Republicanos, pegou Nunes de surpresa.

De acordo com a prefeitura, a decisão de manter a tarifa de ônibus foi tomada após uma reunião conjunta entre representantes da área de transportes da Prefeitura de São Paulo e do governo estadual. A prefeitura destacou que não há nenhum impedimento técnico para a gestão de tarifas distintas entre os serviços de ônibus, metrô e trens, como já ocorreu em anos anteriores.

Em uma nota oficial, a gestão de Ricardo Nunes afirmou que mantém o empenho em incentivar o transporte coletivo, que é responsável pela locomoção de 7 milhões de passageiros por dia e que não sofreu reajuste nos últimos três anos. A defasagem no valor da passagem incomodava o governador Tarcísio, que argumentava que o congelamento da tarifa resultava em mais subsídios e impactava negativamente a saúde financeira das empresas de transporte.

A manutenção da tarifa de ônibus em R$ 4,40 pela prefeitura de São Paulo coloca em lados opostos o governador Tarcísio de Freitas e o prefeito Ricardo Nunes. O valor permanece o mesmo desde janeiro de 2020, mesmo com a inflação no período chegando a 26%. Enquanto isso, o reajuste anunciado pelo estado é de 13,6%, o que representa metade da inflação.

A divergência de opiniões sobre o aumento da tarifa do transporte público revela um desalinhamento entre as duas gestões e pode ter impacto político, considerando que Ricardo Nunes planeja tentar a reeleição. A decisão de não subir a tarifa dos ônibus em São Paulo em contraposição ao reajuste proposto pelo estado coloca em evidência os interesses políticos e econômicos em jogo.

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