O anúncio desse reajuste trouxe à tona o impacto negativo que essa medida pode ter, principalmente para as famílias de baixa renda. O economista Joelson Gonçalves, professor da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), ressaltou a preocupação com a população de baixa renda, afirmando que qualquer aumento vai refletir na renda dessas famílias, sendo ainda mais preocupante pelo alto índice de insegurança alimentar na cidade de São Paulo.
Além disso, a decisão de reajustar a passagem pode motivar a migração de usuários das linhas férreas para os ônibus, o que, consequentemente, pode causar um déficit nas contas do Metrô. Rafael Calabria, coordenador de mobilidade urbana do Idec (Instituto de Defesa do Consumidor), ressaltou que historicamente todo aumento de tarifa leva a uma perda de passageiros, o que pode ser prejudicial para o sistema de transporte público como um todo.
É válido ressaltar que o reajuste proposto por Tarcísio está abaixo da inflação acumulada no período. Segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação acumulada desde janeiro de 2020 é de 26%. Se o governo fosse aplicar tal reajuste, a passagem seria reajustada para R$ 5,50.
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmou que a passagem de ônibus continuará em R$ 4,40 na capital. A decisão do prefeito é estratégica, visto que o transporte público tornou-se uma de suas bandeiras e, no ano que vem, Nunes tentará se reeleger.
Em 2015, quando houve um aumento de 16,6% na tarifa, o ex-governador Geraldo Alckmin e o então prefeito Fernando Haddad prometeram gratuidade para alunos inscritos em programas de fomento à educação, como o Fies e o Prouni. Essa medida mitigou os efeitos negativos do aumento naquela época.
Portanto, o reajuste na tarifa do metrô e dos trens em São Paulo é um tema que gera preocupação e debate entre especialistas e a população, devido ao seu potencial impacto negativo e à necessidade de encontrar soluções para minimizar as consequências para os usuários do transporte público.