“Acabaram de revistar o meu cabelo no aeroporto Santos Dumont!”, publicou a cantora em seu antigo perfil no Twitter. Em relato no Instagram, Dom expressou sua indignação diante do ocorrido, afirmando que já havia passado pela inspeção de segurança e que, após a mala e seu corpo terem sido escaneados, foi selecionada para a revista dos cabelos.
A Infraero, responsável pela administração do aeroporto, afirmou que a cantora foi escolhida aleatoriamente para uma inspeção manual, mas negou que os cabelos de Dom tenham sido revistados. A estatal alegou que, após averiguação interna, constatou, por meio de imagens de câmeras de segurança, que não houve a revista dos cabelos.
Entretanto, a Infraero não compartilhou as imagens que comprovariam a versão da empresa, alegando que as gravações das câmeras de segurança só podem ser compartilhadas com a Polícia Federal, mediante solicitação da Anac. Diante do ocorrido, a cantora se sentiu apoiada por amigos, políticos e outros artistas, relatando que mesmo esperando situações como essa devido à estrutura racista da sociedade, a experiência foi muito ruim e feriu sua dignidade.
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, afirmou que acionou a pasta para acompanhar o caso e a gravadora Toca Discos, da qual Dom faz parte, afirmou que vai acionar seus advogados para acompanhar a situação. A Infraero garantiu, em nota, que a inspeção de segurança aleatória é independente de qualquer característica do passageiro e que repudia qualquer forma de discriminação nos aeroportos sob sua administração.
A cantora ressaltou a importância do caso diante da luta histórica do movimento negro em relação à ancestralidade, estética e beleza, demonstrando seu descontentamento com a situação. A ministra Anielle Franco reforçou a necessidade de respeito ao corpo e cabelo das pessoas, enquanto a gravadora e a Infraero asseguraram que estão tomando medidas para esclarecer o ocorrido.