Repórter São Paulo – SP – Brasil

Ibovespa atinge patamar recorde mesmo com tom cauteloso do Copom e perspectiva suave do Fed

Nesta quinta-feira, o Ibovespa alcançou marcas históricas, renovando tanto o pico intradiário quanto o fechamento da sessão. Mesmo com a cautela do Copom diante da perspectiva mais suave do Fed para a política monetária nos Estados Unidos, o índice da B3 mostrou resiliência e alcançou novos patamares.

Pela manhã, o pico histórico intradia foi elevado para 131.259,81 pontos, superando a marca que vigia desde junho de 2021. No entanto, durante a tarde, o índice perdeu fôlego. Mas, próximo ao encerramento da sessão, o Ibovespa retomou o embalo, fechando acima dos 130.776,27 pontos, que vigorava há mais de dois anos e meio. Ao fim do dia, o Ibovespa mostrava alta de 1,06%, atingindo 130.842,09 pontos.

Analistas destacam que o volume fortalecido combinado com a marca recorde indica a confiança dos investidores em um rali sustentável. Além disso, o comportamento do câmbio, com o dólar na mínima do dia a R$ 4,87, sugere o ingresso de fluxo na Bolsa. O giro financeiro também foi expressivo, atingindo R$ 34,2 bilhões.

As ações de primeira linha operaram em direção única, com destaque para a Petrobras, que obteve valorização de 2,33% e 2,17%, respectivamente, para as ações ON e PN. A recuperação das cotações do petróleo, com ganhos de 3%, impulsionou a valorização. No entanto, no lado oposto, as ações do Grupo Casas Bahia (-5,66%), Natura (-5,22%), Petz (-4,98%), Magazine Luiza (-3,95%) e SLC Agrícola (-3,66%) registraram queda.

A decisão do Copom de manter a Selic e o ritmo de redução nas próximas reuniões, mesmo com a melhora observada nos juros longos e na inflação no exterior, foi vista com cautela. Analistas apontam que o mercado estava esperando uma aceleração no ritmo de cortes, mas a decisão indica uma manutenção no ritmo de redução. O cenário externo também demanda cautela, inclusive com o tom suave adotado pelo Fed.

Na zona do euro e no Reino Unido, as taxas de juros de referência foram mantidas em decisões de política monetária tomadas nesta quinta-feira, em linha com o esperado. Tanto o Banco Central Europeu (BCE) como o Banco da Inglaterra (BoE) deixaram claro que o trabalho de combate à inflação não está completo.

Todo esse cenário contribui para a expectativa de um rali neste fim de ano, com a percepção de que a Selic terá um dígito no próximo ano. A confiança em um rali sustentável na bolsa brasileira continua, apesar da cautela do Copom e do cenário externo desafiador. A marca recorde do Ibovespa, combinada com um volume financeiro expressivo, demonstra que o mercado mantém a confiança em um cenário favorável.

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