Congresso Nacional derruba veto parcial do Poder Executivo e aprova lei que cria novos cargos e funções no CNJ

Nesta quinta-feira (14), o Congresso Nacional rejeitou o veto parcial do Poder Executivo ao projeto de lei PL 2.342/2022, que havia sido sancionado como Lei 14.687, de 2023, em setembro. O texto, proposto pelo Supremo Tribunal Federal (STF), criou 20 funções comissionadas, 20 cargos de analista judiciário e 50 cargos de técnico judiciário no quadro de pessoal do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

O veto parcial foi imposto pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, que exercia o cargo de presidente da República na ocasião, e barrou cinco dispositivos aprovados por senadores e deputados em agosto. O principal argumento do Poder Executivo para os vetos foi a inconstitucionalidade e a contrariedade ao interesse público.

Um dos pontos vetados estabelecia que “os cargos do quadro permanente de servidores do Poder Judiciário da União são essenciais à atividade jurisdicional”. O Palácio do Planalto justificou que o dispositivo não possuía pertinência temática com a norma proposta originalmente, acarretando inconstitucionalidade formal por vício de iniciativa.

Alckmin também argumentou que os outros quatro pontos vetados – proibição de redução de vantagens incorporadas a vencimentos, proventos e pensões; transformação do adicional de qualificação em vantagem pessoal nominalmente identificada; absorção do adicional de qualificação para servidores com especialização, mestrado ou doutorado; e acumulação das vantagens pessoais por incorporação de quintos ou décimos de função comissionada com a gratificação de atividade externa – contrariavam o interesse público. Segundo ele, essas vantagens remuneratórias feriam a Lei de Responsabilidade Fiscal e a Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Essa decisão do Congresso Nacional reforça a atuação do Poder Legislativo no debate e na deliberação de temas fundamentais para o funcionamento do Estado. A derrubada do veto parcial demonstra a importância dada pelos parlamentares à valorização e regulamentação das carreiras judiciárias, assim como às questões orçamentárias e fiscais envolvidas nas propostas legislativas.

Dessa forma, o resultado da votação revela a complexidade e os desafios enfrentados na conciliação de interesses e na definição de políticas públicas que impactam diretamente a estrutura e o funcionamento do Poder Judiciário no Brasil. A discussão sobre as implicações dessas medidas e a busca por soluções que atendam às necessidades das carreiras judiciárias seguirmos no centro do debate político e jurídico no país.

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